BAMBAS

Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Xande de Pilares comandam festa do samba no Português

Zeca e Xande chegam para mostrar novos trabalhos e Aragão canta os seus clássicos

Gabriel Albuquerque
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Gabriel Albuquerque
Publicado em 04/03/2016 às 9:04
Foto: Guto Costa/Divulgação
Zeca e Xande chegam para mostrar novos trabalhos e Aragão canta os seus clássicos - FOTO: Foto: Guto Costa/Divulgação
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As rodas de samba do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, foram ponto irradiador do pagode na década de 1980. De lá saíram Jovelina Pérola Negra, Almir Guineto, Beth Carvalho, Sombrinha, Luiz Carlos da Vila e outros artistas que, adicionando banjo, tantan e repique de mão, reformularam a sonoridade do samba.

A festa Os Reis do Samba reúne amanhã, às 21h, no Clube Português três diferentes expoentes desse agrupamento musical do Cacique. Zeca Pagodinho e Jorge Aragão representam a fase de configuração das características do pagode. Já Xande de Pilares, com seu ex-grupo Revelação, vem de uma segunda geração, abraçado pela madrinha Beth Carvalho.

Em meio aos hits consagrados, Zeca apresenta também faixas de Ser Humano, seu novo álbum. O disco, primeiro de inéditas em cinco anos, veio num momento de perdas. Foi gravado em 2015, após as mortes do filho (Elias, de 28 anos, de complicações pneumológicas, em janeiro) e do pai (Jessé, de 87, de insuficiência cardíaca, em março). Em meio à confusão emocional, Ser Humano é quase um louvor. Na faixa título, Zeca canta em redenção: “Essa vontade de quem vai vencer na vida/ Eu tô com Deus e sei que Deus está contigo (...) Eu tenho esperança e fé no ser humano”.

“A música é o que salva”, crava ele. “No momento, o Brasil está precisando de alegria e reaprender a sorrir”, comenta o carioca, que mantém o ritmo do pagode desde os anos 1980. “O Cacique de Ramos foi a faculdade da minha música”, relembra. 

Fora do Revelação, Xande de Pilares também chega com novidade: Perseverança, seu primeiro álbum solo. Segundo o cantor, é uma forma de imaginar “o País que a gente quer viver”. Orgulho Negro, escrita por Arlindo Cruz, faz uma exaltação à história da negritude, com salves aos heróis de pele escura. “O negro tem que se exaltar, se homenagear sempre. É melhor que ficar lembrando de escravidão ou pessoas que discriminam. Branco, preto, azul: todo mundo é um só”, afirma Xande.

Deixa Acontecer, Poder de Sedução, Samba de Arerê e outros sucessos do Revelação não faltarão. “Música é igual a filho: a gente faz pro mundo. Minha história com o Revelação é extensa, seria uma atitude arrogante de minha parte ignorá-la. A pessoa vai ouvir Xande e conhece minha história, é como eu ouço Michael Jackson e ouço Jackson 5, ouço Arlindo Cruz e ouço Fundo de Quintal”, aponta o sambista.

Depois de passar pelo Recife com shows no Carnaval, Jorge Aragão retorna a capital pernambucana com sua voz de barítono para relembrar os clássicos de 30 anos de carreira, incluindo Coisinha Bonitinha do Pai, Vou Festejar, Papel de Pão e O Barraco Desabou.

SERVIÇO

Os Reis do Samba, com Zeca Pagodinho, Xande de Pilares e Jorge Aragão.
Sábado (05), a partir das 21h, no Clube Português.
Avenida Conselheiro Rosa e Silva, 172, Graças.
Ingressos: R$ 45 (área vip meia), R$ 600 (mesa), R$ 125 (camarote avulso meia), à venda no site www.ne10ingressos.com.br.

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