FESTA

Jorge Aragão, Zeca e Xande de Pilares em celebração na cadência do samba

Trio fez exaltação ao centenário do ritmo cantando grandes sucessos de um gênero eterno

Do JC Online
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Publicado em 07/03/2016 às 8:54
Foto: Luiz Fabiano/ Divulgação
Trio fez exaltação ao centenário do ritmo cantando grandes sucessos de um gênero eterno - FOTO: Foto: Luiz Fabiano/ Divulgação
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O clima no Clube Português era de celebração, no último sábado, durante Os Reis do Samba. O evento reuniu em festa três grandes expoentes do gênero de meados da década de 1980 e início dos anos 1990: Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e o ex-Revelação Xande de Pilares, agora em carreira solo.

Jorge Aragão foi o primeiro a subir ao palco, por volta das 22h. Logo no começo o carioca perguntou: “Eu estou em casa?”, recebendo uma efusiva resposta positiva do público, que já lotava o Português. E de fato ele estava em casa. A última vez de Jorge no Recife foi há exato um mês quando ele realizou dois shows no Carnaval, um no Marco Zero e outro na Lagoa do Araçá, na Imbiribeira. O repertório de sábado foi praticamente o mesmo daquela ocasião, que por sua vez é o mesmo há pelo menos uma década. "Eu só canto samba velho, só samba velho. Não tem novidade nenhuma”, brincou o cantor.

Mas isso não diminuiu o brilho de seu show. Acompanhado por uma grade e magnífica banda, Jorge enfileirou hit atrás de hit, sem pausa para respirar entre as músicas: Coisinha do Pai; Identidade; O Barraco Desabou; Doce Inimigo; Papel de Pão; Feitio de Paixão e Malandro – seu primeiro sucesso como compositor, gravado por Elza Soares em 1976. Terminou com Lucidez, canção eternizada pelo grupo Fundo de Quintal.

Na sequência foi a vez de Zeca Pagodinho, certamente o sambista mais aguardado da noite. Após cinco anos longe do Recife (a última vez foi no show do Reveillón na praia Boa Viagem, em 2011), ele retornou com Ser Humano, seu álbum mais recente, lançado em abril do ano passado. As novas músicas foram extremamente bem recebidas, especialmente a faixa título, um hino a esperança e união entre os povos no qual Zeca fez a plateia de coral. Mas os grandes momentos foram mesmo as antigas canções. Sorrindo simpático, com um copo de chope do lado, o músico abriu o show com Incandeia. Deu continuidade com Saudade Louca, Uma Prova de Amor, Vai Vadiar, Quando a Gira Girou, Ogum (composta em parceria com Jorge Ben Jor) e o clássico de Silvio da Silva Maneiras (“Se eu quiser beber, eu bebo/ Se eu quiser fumar, eu fumo”).

Coube ainda uma homenagem ao centenário do samba (completado este ano): sem Zeca, a banda fez uma versão instrumental para A Voz do Morro, de Zé Keti. Depois encerrou com a contagiante Deixa a Vida Me Levar, a música que tornou-se tema da vitoriosa (e saudosa) Seleção de 2002. Saiu do palco ovacionado e retornou para o bis com um medley de SPC, Quando Eu Contar Iaiá, Bagaço da Laranja e outras.

Xande de Pilares, o caçula do trio, foi o responsável por fechar a festa. Foi o segundo show no Recife após a sua saída do Revelação, em 2014. O carioca apresentou as faixas de seu CD solo Perseverança (2014). Boa parte já era conhecida pelos fãs, que cantou junto em Clareou, A Senha e Pagode Formado. Os sucessos da antiga banda, como Poder de Sedução e Deixa Acontecer, também não faltaram. Em poucas palavras, foi uma noite dedicada a alegria que só a cadência do samba proporciona.

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