TRILOGIA

Júlio Ferraz estreia em carreira solo com som povoado por mulheres

'A Ilha da Inconsciência no Espelho Polifônico das Bifurcações do Tempo' é o título do primeiro disco solo do multi-instrumentista pernambucano, lançado hoje

GGabriel Albuquerque
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GGabriel Albuquerque
Publicado em 04/04/2016 às 9:59
Foto: Marina de Azevedo/ Divulgação
'A Ilha da Inconsciência no Espelho Polifônico das Bifurcações do Tempo' é o título do primeiro disco solo do multi-instrumentista pernambucano, lançado hoje - FOTO: Foto: Marina de Azevedo/ Divulgação
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A Ilha da Inconsciência no Espelho Polifônico das Bifurcações do Tempo. Este é o título do primeiro disco solo do multi-instrumentista pernambucano Júlio Ferraz, lançado hoje no em plataformas virtuais diversas como iTunes, Deezer, Spotify e Youtube pelo selo carioca Discobertas, do pesquisador Marcelo Froes.

“Sempre tive o desejo de lançar um álbum com todas as possibilidades que eu sabia existirem. Eu sou da música desde que nasci e vivo dela até hoje. Pretendo continuar sempre firme, junto aos meu ideais”, diz Júlio, que também é vocalista da banda Novanguarda. “O álbum solo é uma razão mais libertária. Uma banda, por mais original que busque ser, o mercado sempre termina engolindo com ds_matia_palvr, o público sempre se apega a algo. E eu como uma figura ‘pessoa’ e não um alter ego, não me vejo no risco de me prender a nada, apenas sinto e entro em meu labirinto ‘polirrítmico’ que atravessa muitas influências, desde a Filarmônica Nelson Barros da Rosa, de Floresta, ao tropicalismo e aos Beatles”, afirma o artista de Floresta, Sertão pernambucano. 

A Ilha da Inconsciência... é a primeira parte de uma trilogia que deve ter um álbum lançado por ano. Sobre o título deste primeiro volume, ele explica que é uma forma de “abraçar toda minha carreira até hoje e a cidade cheia de personalidades e pessoas curiosas que crio em minha trilogia”. Fundindo essas influências mais folk, jazz e rock psicodélico, o álbum traz nove faixas. Todas retratam personagens femininas que surgem do olhar lírico do cronista cruzado com seu perfil autobiográfico – abordagem já presente nas letras do Novanguarda, especialmente no álbum A Máquina de Retratos (2013). 

“Eu sou um grande observador do tempo”, afirma Júlio. “Algumas [das mulheres das músicas] são pessoas reais e, ao passar pelo filtro de se transformar em canção, terminam recebendo muito do que eu sou a respeito do momento que eu vivi. Talvez seja uma forma de mascarar algumas coisas. Tem muito de mim naquelas mulheres. Estou falando de mim mesmo, na verdade”, comenta ressaltando as letras de Beatriz e Cecília.

Capa

Para ele, a capa feita pela ilustradora Giselle Rosa é representativa. “Traduz bem porque o disco trata de uma espécie de cidade que ela sintetiza num prédio. Cada janela tem um personagem. Somos tão parecidos, mas tão diferentes ao mesmo tempo. Temos nossas particularidades, conflitos pessoais”, analisa.

Boa parte dos instrumentos foram tocados por Júlio, mas ele também contou com convidados especiais: D Mingus toca teclado Hammond no single Débora. O catarinense Juliano Malinverni gravou violinos em Lily e mellotron em Roberta. Lulão, Gustavo Sopros e Junior Trompet, da orquestra de Nelson Barros, tocam os metais em quase todo álbum.

Recém-curado de uma leucemia, Júlio Ferraz encara 2016 com todo gás. Além d'A Ilha da Incosciência, Depois do Céu de Diamantes, segundo disco do Novanguarda, está escrito e será lançado ainda este ano. O single que dá nome ao álbum pode ser ouvido abaixo:

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