Autor dos elogiados discos Desapego (2013) e Super Qualquer no Meio de Lugar Nenhum, o cantor e compositor Juvenil Silva está em plena atividade. Hoje (14), ele apresenta com a banda Dunas do Barato o show Gal 70, na Rouge. No Sábado, toca com o paulista Fábio Cardelli no Terra Café Bar.
Além disso, Juvenil está organizando a programação do Tropicamericanas, projeto que recebe um músico pernambucano todas as sextas-feiras no Terra Café Bar -- amanhã, quem sobe ao palco é a cantora Isaar. Para completar, ele ainda está preparando o seu terceiro álbum solo, previsto para o segundo semestre deste ano.
Juvenil é o segundo convidado da sessão Playlist JC, na qual um artista prepara uma playlist para os leitores, comentada faixa a faixa. No caso, o músico preparou uma seleção de álbuns recém lançados no Brasil e exterior.
Elza Soares – Maria da Vila Matilde
A Mulher do Fim do Mundo denuncia. Essa canção é grito que não deve calar até que se inverta o quadro. Nesse caso, sobre um assunto cada vez mais presente nas redes e nas ruas: a luta das mulheres por respeito e direitos. Essa letra, ou até mesmo boa parte do disco, representa bastante essa questão. A música é forte, os músicos envolvidos são gênios contemporâneos, grandes compositores e instrumentistas. Melhor disco da Elza, que na verdade, não é só dela. Esse time que acompanha tem total mérito também.
Ava Rocha – O Jardim
Poema visual, narrativa com clima de sonho realista. Essa canção é uma das mais singelas do álbum. Esse disco, Ava Patrya Yndia Yracema, pra mim soa como algo que muita gente já tentou fazer mas falhou. É um disco bem resolvido de neotropicalismo atual. Timbres, produção, composições, arranjos e execuções brilhantes e impecáveis!
Leon Bridges – Better man
Uma amiga me apresentou um dia desses o som desse camarada. Na hora assimilei e remeti aos bons velhos tempos de Sam Cooke, Otis Redding… E pensei, olha aí a chamada R&B Americana nem tá tão perdida assim, ainda. Disco fodão pra ouvir com seu alguém e um vinho legal!
Iggy pop e Josh homme – Gardenia
Disco da porra, uma aula de interpretação do velho jovem Iggy. Música de melodia e clímax sensacionais, clara e direta, um hit desde da primeira vez que escutei. Essa orgia entre Iggy pop e Josh homme tanto me deixou transparecer nitidamente a identidade sonora de ambos como também me remeteu o som que Bowie explorava no fim dos 70, nessa canção e em outras, como, por exemplo, Break Into Your Heart. Obrigado por esse disco, obrigado!
David Bowie - Lazarus
O homem que soube morrer deixou essas canções como testemunho e legado final. Essa canção foi a primeira que escutei do álbum, lembro de ter sentido de imediato a atmosfera densa, pesada… O fim tava perto, o fim era esse disco tão carregado. Confesso que ainda estou digerindo tudo isso.
