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Abril Pro Rock mira a nova MPB e traz surpresas do metal

Edição 2016 destaca nomes como Tiê, Alice Caymmi e Filipe Catto e traz apenas uma banda internacional, a belga Evil Invaders

GGabriel Albuquerque
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GGabriel Albuquerque
Publicado em 29/04/2016 às 8:08
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Edição 2016 destaca nomes como Tiê, Alice Caymmi e Filipe Catto e traz apenas uma banda internacional, a belga Evil Invaders - FOTO: Foto: Divulgação
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Em tempo de crise econômica e alta do dólar, o Abril Pro Rock aposta no talento nacional e local. Das 23 atrações do lineup, há apenas uma banda internacional – a belga Evil Invaders. Das demais, sete são grupos pernambucanos que sobem ao palco do festival pela primeira vez.

A noite pop, hoje, no Baile Perfumado, marca um redirecionamento na curadoria do evento. Enquanto nos anos anteriores o foco era o rock alternativo, com nomes como Sebadoh e Autoramas (em 2014), Boogarins, Far From Alaska, dEUS e Pitty (2015), agora o APR segue a linha da chamada nova MPB. Os cantores Filipe Catto, Alice Caymmi e Tiê são os destaques.

“A primeira noite do festival é bem difícil de programar”, diz o produtor Paulo André. “Desde os anos 1990, o perfil do público mudou muito. Como estamos chegando à 24ª edição, a gente tinha que mirar os jovens. E o público desse tipo de som é essencialmente jovem. Então fomos vendo quem dessa nova geração não havia participado. Já trouxemos Bárbara Eugênia, Felipe Cordeiro, Daniel Groove e o próprio Johnny Hooker”, explica.

Outro propósito do festival nesta edição foi abrir espaço para a música do interior do Estado. “Com exceção de Graxa, todos os pernambucanos do dia são do interior. Até tentamos fazer uma programação no Sertão. A ideia é ampliar o espectro dessa nova música pernambucana. É uma aposta, mas que não deixa de trazer esses nomes de maior alcance da música brasileira, que é ignorada pelas rádios, que seguem mofadas. Os festivais tornam-se o principal alicerce dessa cena”. 

Nesse sentido, o grupo Em Canto e Poesia, de São José do Egito, Sertão do Pajeú, traz as referência de repentistas e compositores populares como Lourival Batista, Antonio Marinho e Zeto. Natural de Belo Jardim, Pierre Tenório apresenta uma mistura de música, poesia e arte performática. E a dupla Bandavoou, natural de Serra Talhada, sublinha canções simples e singelas.

METAL

Para o sábado, tradicional dia do metal no Classic Hall, o APR sofreu com duas fatalidades. Grande expoente do death metal dos anos 1980, a Malevolent Creation (EUA) cancelou a turnê pela América Latina. Pouco depois, o cantor Warrel Dane (EUA) sofreu um acidente de moto e passou por cirurgia, o que levou ao cancelamento de toda a turnê brasileira. 

Os imprevistos ocorreram há menos de um mês para os shows, impossibilitando a produção do festival de negociar com outras bandas do mesmo porte. Sem a Malevolent (contemporânea de lendas como Obituary, que tocou no APR de 2014, e Cannibal Corpse, headliner do Hellcifest em 2015) e Warrel, a noite dos headbangers ficou com desgastadas figuras repetidas, como Viper e Edu Falaschi, que fará show solo com clássicos do metal. Dentre as bandas mais novas, o trio pernambucano Monticelli faz abordagem conservadora, pouco inventiva de hard rock, reforçando esteriótipos e requentando riffs à Black Sabbath e AC/DC.

Mas ainda há boas surpresas e apresentações promissoras. Robertinho do Recife reviverá o clássico cult Metal Mania (1984) com uma banda de peso. Revelação do speed metal, a Evil Invaders mostra Pulses Of Pleasure, bom disco que passou despercebido no ano passado. E a Rebaellium, nome seminal do underground brasileiro, volta aos palcos após a separação da banda em 2002. Os gaúchos antencipam o repertório do novo álbum The Hells Decrees, a ser lançado em maio.


SERVIÇO

Abril Pro Rock – hoje, a partir das 21h, no Baile Perfumado; amanhã, a partir das 18h, no Classic Hall. Ingressos: R$ 35 (meia-entrada); R$ 45 e 1kg de alimento (social); R$ 70 (inteira), à venda no locais dos shows e via www.compreingressos.com

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