Ano passado, Naná Vasconcelos se queixou à amiga e fã Lu Araújo que só tocava, aqui, no Carnaval. “Ele queria muito fazer o show para uma plateia pernambucana em outra época”, diz a produtora. Idealizadora e produtora do Mimo, ela pretendia escalar o percussionista para o palco da Praça do Carmo ano passado. Com a crise de patrocínio, o festival acabou cancelado. Depois da morte de Naná este ano, a Mostra Internacional de Música de Olinda não só está confirmada, como deve homenagear o músico.
“É um desejo meu muito grande fazer essa homenagem a Naná”, diz Lu Araújo, por telefone, de Portugal, onde prepara a estreia internacional do Mimo na cidade de Amarante, com shows de, entre outros, Pat Metheny e Tom Zé. Fechando ainda contratos, a produtura prefere não adiantar nomes, mas diz que sonda a possibilidade de trazer alguns dos grandes músicos internacionais com os quais Naná já tocou.
Com orçamento total de R$ 10 milhões nas quatro cidades em que acontece, o festival criado há 12 anos em Olinda vai voltar a acontecer na cidade com um novo patrocínio master. Além do Bradesco, a operadora de cartões Cielo passa agora a partocinar a mostra.
Ainda resta conseguir cerca de R$ 1 milhão para que o orçamento da Mimo seja alcançado. “Independente de apoios governamentais ou outros patrocínios, vamos realizar o festival de todo jeito”, diz Lu Araújo. “Nem nas piores previsões, podíamos imaginar que teríamos um dia que cancelar uma edição em Olinda”, diz ela, que teve ainda cerca de R$ 400 mil de prejuízo com contratos fechados antes da suspensão da edição de 2015, quando a telefônica TIM suspendeu o contrato de patrocínio. “Mas se tivéssemos feito de qualquer jeito poderíamos ter somado dívidas que poderiam agora inviabilizar todo o projeto”, ela diz. No mesmo formato das edições anteriores, o Mimo 2016 vai acontecer durante três dias de novembro.
