O dinamarquês Lars Ulrich, fundador e baterista do Metallica, conversou com o jornal O Estado de S. Paulo em Nova York, em entrevista exclusiva após um show da banda, que lança no dia 18 o álbum Hardwired To Self-Destruct.
O Estado de S. Paulo - Por que o Metallica demorou tanto para lançar um novo disco?
Lars Ulrich - Outras coisas entram no caminho. Passamos quase três anos viajando com o Death Magnetic (álbum anterior da banda, de 2008) Depois, em 2011, fizemos um disco com Lou Reed (Lulu, 2011) e um filme em 2012. Aí começamos esse novo disco no verão de 2014. Tocamos em alguns festivais, como Rock in Rio, Glastonbury, Orion e Lollapalooza... O tempo voa.
O Estado de S. Paulo - O Metallica anunciou recentemente que vai tocar dois dias em São Paulo no ano que vem. Como é tocar no Brasil?
Lars - É demais. Por isso que a gente sempre volta. A gente já fez mais Rock in Rio do que qualquer outra banda, e não apenas os que aconteceram no Rio. Temos uma relação de longa data com amigos brasileiros desde 1989, quando tocamos por três noites no Rio e tem sido ótimo. Nunca fizemos Lollapalooza na América Latina e os organizadores do festival foram os mesmos que fizeram o Orion Festival e são nossos amigos.
O Estado de S. Paulo - Sobre o que falam as letras do novo álbum?
Lars - O disco é sobre o que você quiser que seja. Quem sabe o que se passa na mente sombria e maluca de James Hetfield quando escreve as letras? Muito do que ele escreve é ambíguo e fala sobre vulnerabilidade, conflitos internos e encaixa na música. Mas, na verdade, nem eu mesmo sei e tenho que passar um tempo tentando entender sobre exatamente o que ele escreve. Mas, uma vez que você compartilha arte com outras pessoas, aquilo está aberto para qualquer tipo de interpretação.
PRODUÇÃO
O Estado de S. Paulo - Como é ter Greg Fidelman assinando agora como produtor do novo disco? Isso trouxe alguma diferença no som da banda?
Lars - Ele era o engenheiro de som do Rick Rubin (produtor de Death Magnetic, 2008) e escolhemos trabalhar com ele por causa das gravações que já havia feito. Basicamente, ele fez tudo o que o Metallica fez nos últimos dez anos. Então, já era hora dele se tornar nosso principal produtor, já que tem uma ideia clara de como o Metallica deve soar e o tamanho do peso, mas mantendo o som solto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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