ROCK

Mar Assombrado sem medo de se lançar ao segundo álbum

Banda recifense de rock progressivo mergulha em mais melodias para 'Canções do Farol'

NATHÁLIA PEREIRA
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NATHÁLIA PEREIRA
Publicado em 26/09/2017 às 11:20
Foto: Mitsy Queiroz/Divulgação
Banda recifense de rock progressivo mergulha em mais melodias para 'Canções do Farol' - FOTO: Foto: Mitsy Queiroz/Divulgação
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Pouco mais de um ano após lançar o debut, Entre as Ondas, Sob as Árvores, a banda pernambucana Mar Assombrado volta a disponibilizar novo trabalho baseado nos poemas do músico e escritor André de Sena, nome à frente do projeto existente desde 2014.

Em comum com a primeira empreitada, as novas sete faixas possuem o caráter de terem ganho versão declamada e musicada para letras guardadas há certo tempo, muitas da época em que a paixão de André pelo rock progressivo era reverberada na banda Eucalipto, em meados dos anos 1990.

“Antes de músico, eu sou escritor. Nós então aproveitamos os poemas já escritos que, se reunidos, dariam material para uns quatro discos, tranqüilamente. Uma ou outra música apenas surgiu antes de se por a letra”, detalha André. Canções do Farol, no entanto, é menos “hard prog”, mais conceitual e lírico, “tanto que são poucas as guitarras ouvidas e mais violões, já que eles funcionam melhor com esse tom”, continua ele.

Foi por conta do cenário deserto – para o rock progressivo – e dos caminhos acadêmicos trilhados por André que os escritos precisaram aguardar até os atuais lançamentos. A facilidade tecnológica também foi fator decisivo. “O processo em estúdio é como o de um ator no palco. É complexo e mágico”, afirma André.

Com Geografias Estranhas, o terceiro álbum, já em fase de pré-produção, André (guitarras e vocal), Ítalo Cavalcanti (bateria), Rafael Bernardo (baixo) e Gilmar Black (sax, flauta transversal) se preparam para o show oficial de lançamento de Canções de Farol, que deve acontecer em dezembro. Já Geografias... chega ao público durante o primeiro semestre do ano que vem, ainda sem data exata.

Para ajudar a captar a essência musical das melancólicas letras declamadas por André, dentre as quais a quase autointitulada O Farol – “E o farol/ que de guia serve aos nautas / inspira o horror que à mente sobressalta / pesadelos marinhos e nefandos” –, a proposta do Mar Assombrado não tem formato fechado, por isso, conta com muitos músicos convidados nos registros em estúdio.

Para as versões ao vivo, a lógica experimental deve continuar a mesma. “O conceito é bem de laboratório musical, para que vários artistas participem desse processo. A gente pode fazer uma apresentação de flauta, percussão e alguém declamando, por exemplo, e não vai deixar de ser Mar Assombrado por causa disso”, ressalta o vocalista.

A “CENA”

Na visão de André de Sena, o rock progressivo é uma “ave rara dentro do panorama da música local”, mas isso não faz com que ele enxergue a si e aos colegas parte menos importante da música feita no Estado. “Mesmo não tocando ritmos locais, a gente fala muito do nosso lugar também, por isso uso muito o termo ‘prog recifense’, porque ele não morreu”, finaliza.

O álbum está à venda em formato digipack, com encarte. Para comprar é preciso enviar e-mail para o endereço [email protected] ou mensagem privada para a página da banda no Facebook.

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