Fuba de Taperoá, zabumbeiro e pandeirista que tocou com praticamente todos os grandes nomes do forró, faleceu, ontem, em São Paulo, em consequência de diabete, estava com 75 anos. Juberlino Martins Levino, seu nome de batismo, tinha a música nas veias. O pai mantinha um bloco de carnaval em Taperoá, a mãe compunha músicas para o bloco. Era também Primo de Zito Borborema, forrozeiro de muitos sucessos nos anos 60. Foi com ele que começou, quando o primo passou por Taperoá e o levou para tocar nas apresentações que faria em Campina Grande, no programa de Rosil Cavalcanti (O Forró de Zé Lagoa, na Rádio Borborema).
Aos 18 anos, saiu da Paraíba adolescente, na carroceria de um caminhão carregado de sal, Levou oito dia para chegar no Rio de Janeiro, onde pretendia ser ajudante de pedreiro, destino de muitos nordestinos (João do Vale, por exemplo, trabalhou como peão de construção civil). Ele se entrosou com os músicos nordestinos que se reuniam na feira de São Cristóvão, Zona Norte carioca. Passou a tocar com trios, participar de shows, em gravações, mas o dinheiro continuava curto.
PEDREIRO
Do Rio foi para São Paulo, ainda com a pretensão de trabalhar como pedreiro. Nas folgas da obra, ia para o forró de Pedro Sertanejo, também dono da Cantagalo, pela qual gravavam muitos forrozeiros, incluindo Dominguinhos. Fuba de Taperoá pediu para dar uma canja no zabumba, e acabou sendo contratado como músico da casa. Foi pela Cantagalo que começou a gravar. Consagrou-se como ritmista, tocou com, Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Severino Januário, Ary Lobo, Gordurinhas, mais recentemente Elba Ramalho, Silvério Pessoa. Mas foi com Dominguinhos com tocou por mais tempo, 20 anos.
Fuba (apelido que veio da infância), foi compositor, e também cantor, deixou uma discografia solo de mais de dez discos, mas poucos sucessos nacionais. Foi um dos últimos da geração de forrozeiros surgida nos anos 60.
