Música

Experimentação da palavra no primeiro álbum do Baião de Spokens

Álbum '#OpenDrive' mostra força da performance de Spoken Word, mesclando poesia, música, artes visuais e intervenção urbana

JEFFERSON SOUSA
Cadastrado por
JEFFERSON SOUSA
Publicado em 21/11/2017 às 23:00
(Foto: Hugo Sá)
Álbum '#OpenDrive' mostra força da performance de Spoken Word, mesclando poesia, música, artes visuais e intervenção urbana - FOTO: (Foto: Hugo Sá)
Leitura:

Inspirado na cultura Spoken Word – performance artística em que as letras de músicas, poemas ou histórias são faladas ao invés de cantadas –, o projeto literomusical Baião de Spokens mescla o melhor dos seus poetas convidados no primeiro álbum, #Opendrive: performances poéticas, experimentações sonoras e visuais, incorporando elementos de intervenção urbana.

Através de temas e ritmos variados, o poeta e músico Caco Pontes reuniu 19 artistas que já buscavam em seus respectivos trabalhos a construção de narrativas desemparelhadas com o previsível. O título do álbum tem ligação direta com o suporte de mídia escolhido para o lançamento: pendrive. Nele, além das faixas musicais, quem adquiri-lo pode conferir um videoperformance de show gravado ao vivo no Teatro Oficina e um e-book do projeto.

Spokens

Iniciado em 2014, o projeto Baião de Spokens já realizou mais de 20 apresentações, incluindo mostras, festivais e eventos especiais, como Circuito Sesc de Artes, Festival de Inverno Sesc Rio, Breu, Festival Panamérikas Uzynas di Florestas, Ocupação Arena Urbana, Feira do Livro de Ribeirão Preto, entre outros. Caco Pontes, além de idealizador do projeto, é o autor de todos os versos declamados.

“Eu tô nessa caminhada da poesia já tem mais ou menos 15 anos, além de já ser engajado com estudos e práticas de teatro. Devido a essa minha trajetória, por conta de estar inserido no cenário cultural, fui tendo contato com artistas que comungavam de visões sobre poesia parecidas com a minha. Um dos exemplos, é o meu interesse em fazer com que a poesia dialogasse com a própria performance, música e artes plásticas”, explicou Caco.

Uma característica brilhante do Baião de Spokens é trabalhar com a diversidade de estilos entre os artistas, criando uma atmosfera de pesquisa e experimentação da palavra enquanto elemento poético e narrativo, aliás, possibilitando dar vazão à cultura da oralidade.

As participações no disco vêm de nomes de todas as partes do Brasil, de idades e, principalmente, estilos variados. São eles Alice Ruiz, Alzira Espíndola, Arrigo Barnabé, Cabelo e Galo (Trupe Chá de Boldo), Dani Nega, Daniel Gralha (Bixiga 70), Daniel Viana, DJ Tano (Z’ África Brasil), Iara Rennó, João Sobral, Kiko Dinucci, Lirinha, Peri Pane, Rafael Cordeiro, Samba Sam, Sandra-X e Suzana Salles.

O pernambucano Lirinha declama, sob a sonorização de Caleb Mascarenhas, o poema Firmino Chão, de Caco, na curta e intensa décima faixa do disco. “Quando li meu poema pronto, imaginei na voz de Lirinha. Em síntese, os artistas que declamam já me influenciaram de algum modo e sei que, independente de questão técnica, é algo reciproco pelo nosso projeto”, revelou Caco.

A concepção, direção geral e produção musical também ficaram por conta de Caco Pontes. Na produção musical, ele contou com a parceria de Duda Gomes, que também ficou responsável pela mixagem. Os arranjos e masterização foram guiados por Felipe Julián, assim como a produção executiva ficou por Panaméricas Diásporas.

Uma curiosidade prodigiosa é que o projeto está em constante metamorfose, alterando, por temporadas, não só os convidados poetas, mas também os componentes da produção e instrumentistas. É possível ouvir o álbum nas principais plataformas de streaming e disponível para compra na página do projeto.

Confira álbum:

 

Últimas notícias