Carnaval 2018

André Rio lança disco homenageando agremiações carnavalescas

Cantor gravou hinos do Mulher na Vara e Amantes de Glória

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 06/01/2018 às 11:50
foto: divulgação
Cantor gravou hinos do Mulher na Vara e Amantes de Glória - FOTO: foto: divulgação
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Blocos, Troças e Foliões é o disco com que André Rio marca duas décadas de carreira, e que será lançado hoje, na sede do Galo da Madrugada, com participação de Nena Queiroga, J.Michiles (os dois homenageados do Carnaval do Recife em 2018), maestro Spok e o guitarrista Luciano Magno. O título do CD não é apenas para acentuar seu caráter carnavalesco, explica o cantor: “Sei que é um trabalho meio pretensioso. Uma homenagem a blocos, troças, com hinos que são cantados há anos, mas nunca foram gravados, feito os do Mulher na Vara (Romero Coutelo) ou de Amantes de Glória (Marinita Neves). Já que estou sendo homenageado este ano pelo Homem da Meia-Noite fiz uma música para ele, Lá vem o Homem da Meia-Noite, em parceria com Randerlei Oliveira, um pernambucano que está há uns 15 anos no Rio e trabalha com Maria Rita, Maria Bethânia”.

O repertório, de dez frevos, abre com Sonhei que Estava em Pernambuco, de Clóvis Mamede, um dos primeiros frevos-canções a obter sucesso nacional, lançado, em 1949, por Carmem Costa. Um frevo curioso, porque o autor, Clóvis Mamede (1909/1990), era paulista (de Santa Cruz do Rio Pardo) e trabalhava na TV Record, em São Paulo (é autor de outro clássico, Na Onda do Frevo, 1950).

Sonhei que Estava em Pernambuco teve várias gravações, está no repertório carnavalesco de Lenine e Alceu Valença, mas a sugestão para que André Rio o gravasse veio de um amigo da boemia, Hélio Miltinho: “Aceitei a sugestão, e ela se encaixa no conceito do disco, que é de frevos com bastante metais. Os arranjos são de dois maestros da nova geração, Ebenezer e Liudinho, alunos do maestro Duda”, diz André Rio, que gravou uma composição do seu pai, Alírio Moraes (Hino do Pierrô Nr.2), um compositor apaixonado por Carnaval: “Minha ligação com o Galo da Madrugada vem dele. Era menino quando fui com meu pai para o primeiro desfile do clube. É uma das razões porque estou preparando uma apresentação especial para o
desfile dos 40 anos do Galo”.

DISCO

A tiragem de cinco mil CDs foi bancada por ele, uma ousadia numa época em que cada vez menos se compra disco físico: “O CD ainda é o cartão de visitas, e é mais que isso. Assim como o livro impresso, apesar do ebook, ainda existe mercado para o CD, e para o frevo. Esta edição vai ser vendida até o Carnaval”, comenta André Rio. Um dos mais requisitados intérpretes da temporada de Momo, ele faz uma média de 20 shows no Carnaval: “Canto em várias cidades fora da Região Metropolitana. No Sertão também tem Carnaval na semana pré, Serra Talhada, Salgueiro, por exemplo. Mas para a gente ficou muito imprensado por ser no
começo de fevereiro”.

Pouco tempo para tentar fazer com que as rádios toquem o disco (que estará nas plataformas digitais a partir de amanhã). “Vamos lutar para tocar, mas se não tocar, pelo menos estou fazendo meu papel, ocupando espaços. Mesmo com a invasão sertaneja, o frevo continua tocado no Carnaval pernambucano”.

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