Entrevista

Daniela Mercury canta para Iemanjá no Siri na Lata

Cantora é a primeira baiana a participar da prévia carnavalesca nesta sexta-feira (2), no Clube Português

Robson Gomes
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Robson Gomes
Publicado em 02/02/2018 às 5:00
Foto: Célia Santos/Divulgação
Cantora publicou mensagem em seu Instagram - FOTO: Foto: Célia Santos/Divulgação
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“A rainha do Axé é da macumba! Sou baiana. Canto para Iemanjá, sou devota dessa orixá maravilhosa que é rainha do mar”. É saudando essa divindade do candomblé que Daniela Mercury chega nesta sexta-feira (2) ao Recife. A evocação não é por acaso. Hoje, 2 de fevereiro, é Dia de Iemanjá. E a deusa foi escolhida como tema da edição 42 do Baile do Siri na Lata. Além de vestir de azul e branco o Clube Português hoje, a partir das 21h30, a prévia carnavalesca abre espaço pela primeira vez a uma artista nacional.

A escolha por Daniela Mercury não poderia ser mais certeira. “A capa do meu último EP Tri Eletro (Páginas do Mar, 2017) é uma saudação a Iemanjá. Um trabalho lindo com fotografia de Célia Santos e interferência artística de Iuri Sarmento. Amo tanto que um dos abadás do bloco Crocodilo, desse Carnaval, terá a figura dela. Estou muito feliz de ser da família e entrar na lata desse Siri tão tradicional e pernambucano e homenagear Iemanjá junto com vocês”, comemorou a baiana, em entrevista ao Jornal do Commercio.

Ser a primeira atração baiana em 42 edições de uma festa genuinamente pernambucana é uma grande responsabilidade para a soteropolitana de 52 anos. “É uma honra imensa ser a primeira. Amo os bailes e a cultura pernambucana que fazem parte da minha arte, minha cultura pessoal, e por isso é minha também. Canto muitos frevos em meu repertório e já gravei Lenine e Chico Science. Minha música também é de Pernambuco”, garante Daniela.

A artista está empolgada para mostrar no Siri as três canções inéditas do Tri Eletro, mas também vai passear por sucessos acumulados em mais de 30 anos de carreira: “Farei um espetáculo único, com improvisos, espontaneidade e uma sequência de músicas mais recentes e grandes sucessos. Banzeiro, Eletro Ben Dodô e Samba Presidente estarão com certeza. O show é sempre novo e desafiador, pois para emocionar as pessoas preciso me conectar com meu inconsciente. É sempre um processo desafiador e mágico”.

Na Bahia, o trio elétrico da cantora se chama "Triatro", um verdadeiro teatro sobre rodas com três andares, um palco de 80 metros quadrados e um palco para os músicos. "Quero que ele (o trio) viaje, mas ainda não consegui usá-lo fora de Salvador. Faço poucos carnavais fora daqui. Ele foi feito para eu ter um palco livre para minhas apresentações. Esse ano ele estará mais alegre, com a energia e as cores de Banzeiro. É minha escola de samba de rodas, é o palco que recebe mais de 20 bailarinos por dia, que me permite dançar, minha paixão junto com a música", explicou Daniela.

A cantora que chamou atenção do Brasil e do mundo em meados dos anos 1990 com Swing da Cor e o hit atemporal O Canto da Cidade, tem pique de quem ainda tem muito por fazer na Música Popular Brasileira. “Eu sou uma eterna aprendiz e, como tal, invento novas performances, tenho sempre que dominar novas linguagens artísticas, coreografias, ritmos, canções. Estou só no início da vida! Pensei que estava na metade, mas descobri que serão necessárias muitas encarnações para saber alguma coisa. Eu canto e danço para brincar com a vida”, sintetiza ela, que tem orgulho de ser considerada a Rainha do Axé. "O título me dá responsabilidade. Não escolhi ser a Rainha. Mas aceitei com alegria e luto pelo Axé com minha música, com minha essência".

Junto a Daniela Mercury, Almir Rouche (veterano na festa há 23 anos) e a Escola de Samba Preto Velho prometem levar folia madrugada adentro. Para a cantora, a prévia vai unir o melhor do astral baiano e pernambucano. “Estamos unidos pelo carnaval, a diversidade e a singularidade estão em nossas representações de Brasil. Olha eu no Siri na Lata! (risos) Temos a mesma essência, a mesma alegria. Somos unidos pelo nosso amor”, conclui a baiana, que faz o convite para quem tem dúvidas se vale a pena cair na folia: "Isso aqui é a melhor experiência do mundo. O Carnaval é quando explodimos de alegria. Se tiver muito na dúvida, eu convido você a vir para o Siri na Lata. Depois disso, não restará dúvida (risos)".

SERVIÇO

Baile Siri na Lata - com Daniela Mercury, Almir Rouche e Escola de Samba Preto Velho. Nesta sexta-feira (2), a partir das 22h, no Clube Português (Av Conselheiro Rosa e Silva, 172, Graças). Ingressos: R$ 60 (meia), R$ 120 (inteira), R$ 170 (open bar), R$ 500 (mesa para quatro pessoas) e R$ 3.000 (camarote para dez pessoas), à venda na Loja Avesso, Clube Português, Espelunca (Hiper Casa Forte) e site Bilheteria Digital. Informações: 3427-1351

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