A mais recente sonoridade psicodélica de Tagore Suassuna está pronta para dar os primeiros passos em território internacional. O músico se apresenta no gigante festival South by Southwest(SXSW), realizado na cidade estadunidense de Austin, no Estado do Texas.
Essa jornada para a parte decima da linha do Equador demandou adaptações e esforços.“Nossa ida para lá está sendo feita com um investimento da nossa gravadora e um investimento pessoal do nosso empresário. Os custos para uma apresentação assim são altíssimos. Chegamos a tentar conseguir algo com a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), mas não rolou”, explica Tagore. Para essa apresentação, o músico levará um formato reduzido, apenas com guitarra, baixo e bateria, contando com o apoio eletrônico de samplers. Ele conta que as expectativas para a viagem estão altíssimas, já que é a primeira vez que se apresentam fora dos País. Entretanto, Tagore reconhece que por causa do tamanho do festival e do número de atrações tocando simultaneamente, não terá tanto destaque lá. Com isso em mente, ele pretende fazer a viagem proveitosa também fora do palco. “Tocaremos,mas também iremos atrás de angariar contatos para voltar com uma turnê maior”, conta.
O show no SXSW está sendo calcado no último disco de Tagore, o psicodélico Pineal, lançado em 2016. Ele acredita que a sonoridade desse trabalho dialoga melhor com o público americano. “O Boogarins já conseguiu trilhar bem os caminhos lá fora para esse som que apresentaremos.A gente vai como uma banda que é uma versão brasileira do que está rolando no mundo, várias bandas estão tendo o mesmo direcionamento que o nosso”, afirma. Ele sobe ao palco do Hotel Vegas Annex no dia 15 de março. O público americano terá o primeiro contato com uma faixa de seu terceiro álbum, com lançamento previsto para o segundo semestre deste ano.
Novo álbum
Quem acompanha o trabalho de Tagore pode perceber que há um tangível distanciamento na sonoridade do primeiro álbum, Movido a Vapor (2014), com uma levada mais regional para o Pineal (2016), em que ele abraça a psicodelia sem restrições. Para o próximo trabalho, ele garante que algo parecido acontecerá, mas não igual. “Vai acontecer o distanciamento, só que para algumas faixas vai ser de uma forma mais drástica, já em outras será mais natural. Algumas até mesmo serão uma mescla do que foi apresentado nos dois discos. O caldeirão está ficando cada vez mais embolado”, salienta. Até mesmo uma referência de samba raiz poderá ser ouvida.
Ele credita o distanciamento de uma obra para outra como fruto do seu processo criativo atrelado ao que ele está escutando no momento. “É sempre isso, os sons vão chegando para mim e se misturam com os momentos pessoais que estou passando”, afirma. É assim que Tagore vai de Tom Zé a Tame Impala em um espaço de dois anos.
Contudo, antes do lançamento do álbum, ele ainda marcará presença em outro festival, desta vez em terras tupiniquins Suassuna sobe ao palco Bud do festival Lollapalooza no dia 24 de março, pouco menos de dez dias depois do SXSW. Lá, ele também apresentará uma canção do novo disco, batizada de Fantástica Companheira, além de esperar garantir mais uma boa vitrine para seu trabalho.
