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Banda Dom Pescoço lança primeiro álbum com pegada psicodélica

'Tropsicodelia' (2018) é o primeiro disco da banda paulista

Duda Lapenda
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Duda Lapenda
Publicado em 01/05/2018 às 13:43
Foto: Camila Grun/Divulgação
'Tropsicodelia' (2018) é o primeiro disco da banda paulista - FOTO: Foto: Camila Grun/Divulgação
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“Tchau, mundo irreal! Quero me livrar desse sistema banal. Onde há cobiça, o descaso e a mesquinharia”, assim é o refrão de Tchau, terceira faixa do álbum Tropsicodelia (2018), primeiro disco da banda paulista Dom Pescoço. Assim como para os psicodélicos da década de 60, a música é instrumento de refúgio de uma realidade marcada por conflitos e guerras de ego. A diferença é que, como eles mesmo explicam, suas fronteiras musicais estão expandidas e, além de psicodélico, ritmos como o samba e até meso o pop fazem parte do repertório, sem fugir da proposta rock and roll.

Entre tantos encontros de amigos na zona rural de São José dos Campos (SP) surgiu, em 2013, a Dom Pescoço. De lá para cá, o desafio de fazer música independente tem sido rompido com a persistência. O disco recém-lançado contou com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. “Se deixarmos a arte apenas na mão do livre comércio, teríamos um fazer artístico extremamente limitado que já conhecemos”, afirma o baixista e vocalista Dom de Oliveira.

Já no primeiro semestre de 2017 o álbum começou a ser estruturado, gravado no Estúdio Wasabi. O disco não é o primeiro trabalho feito com uma produção elaborada, sucedendo o EP Temperar (2016), gravado no mesmo estúdio. Tudo só foi possível graças ao networking, explica Dom, “A grande sacada foi nossas parceiras, que abraçaram nosso trabalho e nos deram possibilidade de fazer um disco”.

Outra produção da banda contou com uma equipe engajada, apoiada também pelo financiamento público. O clipe de Cuba Corazón, lançado na internet em 2015, foi contemplado pelo projeto Cine Bandas, realizado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo, órgão da prefeitura da cidade.

Idealizado pelo produtor audiovisual Júlio Rhazec e pela fotógrafa Letícia Kamada, no clipe os músicos dramatizam corpos “femininos” que dançam ao ritmo cubano, com o objetivo de valorizar os movimentos corporais e a dança. “Foi surgindo a ideia de entrarmos todos da banda também, como personagens, quisemos nos adequar em uma unidade, junto a Brun Wille – bailarinx principal e estrela do vídeo e com isso nos desconstruir esteticamente de uma forma mais delicada, nos aproximando de seu universo da forma mais sensível possível”, enfatiza Dom.

Durante os ensaios, surgem as músicas compostas pelos integrantes, em que cada um contribui com sua própria musicalidade. As influências vêm do rock, da mpb, do samba e até do brega, explica o baterista Luiz Felipe Passarinho: “Eu tive uma influencia grande da musica pernambucana por ter nascido e crescido na Lagoa do araçá/Imbiribeira. Escutei muito brega, Reginaldo Rossi, Conde do Brega e assim vai, Inclusive umas das musicas do disco, La ursa, veio de uma brincadeira que cresci brincando nas ruas do Recife e pedaços de brincadeira que surgiram durante a criação da musica”.

2018

Para 2018, planos de apresentar o Tropsicodelia pelas unidades dos Sesc's São Paulo, pelo interior paulista, e até mesmo pelo Nordeste. “Esse ano a meta é se jogar para Nordestão e passar por capitais e cidades do interior da Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte! Se tudo der certo, com certeza, logo logo estaremos pintando com toda tropsicodelia por ai!”, finaliza o baterista.

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