Cultura popular

Mestre Anderson Miguel reinventa ciranda no recém-lançado 'Sonorosa'

O jovem Mestre Anderson, de apenas 22 anos, lançou o seu terceiro disco este ano, com parceria de Siba

Duda Lapenda
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Duda Lapenda
Publicado em 29/05/2018 às 14:27
Foto: José de Holanda/Divulgação
O jovem Mestre Anderson, de apenas 22 anos, lançou o seu terceiro disco este ano, com parceria de Siba - FOTO: Foto: José de Holanda/Divulgação
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Com um pé na tradição e outro na inovação, o Mestre Anderson, expoente do Cambinda Brasileira, lançou este ano seu terceiro disco Sonorosa, com o selo EAEO Records, disponibilizado nas plataformas digitais. Apesar da pouca idade, apenas 22 anos, o cirandeiro se mostra bem decidido sobre o caminho que deseja seguir. Ao lado de Siba (que comanda a produção), com o qual, segundo ele, mantém uma relação quase parental, ele reinventa a ciranda no novo trabalho, que conta com a participação de um time de peso: Juçara Marçal, Jorge Dü Peixe e Beto Villares.

A confluência do som da guitarra, baixo, instrumentos de sopro com o som acústico do ganzá, tarol e o toque grave do tambor compõe todas faixas de Sonorosa. O álbum surge a partir de uma ideia de Siba abraçada com “coragem” pelo Mestre Anderson, que não esconde sua admiração pelo compositor pernambucano, membro da antiga banda de manguebeat Mestre Ambrósio, uma das pioneiras do movimento.

O receio de não agradar aos conterrâneos da Mata Norte com o novo trabalho foi superado pelo desejo do jovem cirandeiro de alçar vôos maiores. “A gente tinha a preocupação de agradar as pessoas daqui também, que iam estranhar um pouco a ciranda, por ter colocado a guitarra, o baixo, outros instrumentos, e ter saído um pouco da tradição, mas felizmente a gente conseguiu agradar essa galera”, comemora o Mestre.

As parcerias que firmou com essa empreitada mostra que o cirandeiro não está sozinho nessa nova trilha. A vocalista da banda de jazz paulista Metá Metá, Juçara Amaral, participa da faixa Cirandeiro, cujos versos são assinados pelo próprio Siba, assim como Sonorosa e No Hoje e Na Hora (em conjunto com Mestre Nazareno). Esta última faixa ainda conta com a voz marcante do vocalista da Nação Zumbi, Jorge Dü Peixe, e a participação de Beto Villares no sintetizador modular.

Com o disco, Anderson pretende levar toda a raíz da Mata Norte para além das fronteiras. Segundo ele, Sonorosa não é um trabalho relacionado “só à ciranda, mas à música”. “Eu tenho já uma coisa minha que é o Maracatu, a Ciranda estilizada, e o Sertanejo que eu canto, então eu já não senti tanta diferença, por já estar em vários ritmos e a coisa fluir sem muita dificuldade”, afirma.

Influências

Enquanto isso, maracatuzeiros como Barachinha e cirandeiros como Zé Galdino, além de repentistas como Os Nonatos continuarão sendo suas principais influências. Além do próprio Siba. “Não me negue um carinho pequenina, só teu toque alivia meu desgosto”, o Mestre canta trecho da música Ariana, uma de suas preferidas do disco Avante (2012), de Siba. O título do disco, aliás, é sugestivo: Avante, Mestre Anderson!

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