Carnaval 2019

Bia Villa-Chan e grupo reinventando Duda no Frevo

A música foi composta pelo pouco lembrado Senô

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 01/03/2019 às 15:16
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A música foi composta pelo pouco lembrado Senô - FOTO: Foto: Divulgação
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A bandolinista Bia Villa-Chan lançou hoje, 1º de março, o segundo clipe com música que estará no seu primeiro álbum, com laçamento previsto para este semestre. Escolheu um clássico, Duda no Frevo, de Senô, nome pelo qual era conhecido o maestro e trombonista Senival Bezerra do Nascimento. Duda no frevo, obviamente uma homenagem ao maestro Duda, foi composto nos anos 50, mas só foi gravado em 1973, pelo Quinteto Violado, no álbum Berra Boi.

Como assinala o também trombonista Marconi Tulio (SpokFrevo Orquestra), em dissertação de conclusão de licenciatura em música O Idiomático Musical de Senival Bezerra do Nascimento (Maestro Senô): “Ele fez uso de uma harmonia1 funcional bem inusitada para época, demonstrando toda sua influencia do jazz, com acordes, inversões de acordes e utilização de tétrades não tradicionais do que se usava na época, para tal estilo musical, musica essa, que foi gravada por diversos grupos”.
Duda no Frevo é provavelmente o primeiro no gênero feito para ser escutado e não dançado. A música é o quarto movimento da Suíte Nortestina, e se tornou a mais conhecida composição de Senô. Ele tocou, na década de 50, na Jazz Band Acadêmica, no Recife, e em São Paulo e Rio foi do clássico ao rock and roll, como trombonista e arranjador de Os Paralamas do Sucesso (com quem toca ainda seu filho Demétrio). Senô, nascido em 1932, em Águas Belas (PE), faleceu em maio de 2000, em Campinas (SP).

CLIPE

Bia Villa-Chan gravou Duda no Frevo com um time de craques do instrumental pernambucano: Renato Bandeira, guitarra, Augusto Silva, bateria (ambos da Spokfrevo Orquestra), Ciano Alves, flauta (Quinteto Violado), Bráulio Araújo, contrabaixo, e Gilberto Bala (percussão). Uma versão que Senô, um grande admirador do jazz, aprovaria. Baseada em parte na versão do Quinteto Violado, a bandolinista e o grupo partem para o improviso reinventando este frevo inovador.

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