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Combo X é o novo som que vem de Peixinhos

O grupo de Gilmar Bola Oito lança segundo disco

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 08/06/2019 às 9:12
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O grupo de Gilmar Bola Oito lança segundo disco - FOTO: Foto: Divulgação
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Meu Brinquedo, segundo disco da Combo X, liderada pelo percussionista Gilmar “Bola Oito” Correa, que chega hoje às plataformas digitais, começou a ser realizado quatro anos atrás, em meio a sua saída do Nação Zumbi, grupo do qual foi um dos fundadores, no início dos anos 90. Da necessidade de achar uma saída para o imbróglio em que, de repente, ele se viu envolvido:

“Com a saída da banda, eu não conseguia pensar em mais nada, a não ser resolver o problema, porque me sustentava da Nação Zumbi. Porém, o advogado me falou que ia demorar muito, seria melhor que eu tocasse os meus trabalhos. Já havia feito quatro músicas com Bid, quando eu ainda era do Nação Zumbi. Voltei a compor mais. Tinha uns rascunhos, frases soltas. Peguei as frases comecei a juntar. Quando tinha umas poesias que eu via que dava pra musicar, chamava Bac, e marcava um dia pros ensaios dessa música. A gente ensaiava umas duas, três vezes e íamos ao estúdio”, conta Gilmar.

 O “Bac” a que ele se refere é o tecladista e produtor Jadson Vale, conhecido como Bactéria, ex-Mundo Livre S/A, atualmente na banda de Otto, e no projeto Rozenbac, com André Rosenberg (do Bar Central). Bid é o paulista Eduardo Bidlovski, que fez, em 1996, o álbum Afrociberdelia, de Chico Science & Nação Zumbi. Um trabalho de emergência não deixava tempo para esperar editar de leis de incentivo à cultura, o álbum foi tocado como deu, empurrando a quitação das contas com a barriga. A Combo X, que lançou o álbum de estreia, seis anos antes, não era mais projeto paralelo de Gilmar Correa:

 “O disco ficou pronto há uns dois anos. Enquanto isso a gente procurava se capitalizar, a banda não fez nenhum aqui show neste período. Esperei pelo Carnaval. Com os cachês do últimos dois carnavais, pagamos estúdio, Bac e Bid, e a masterização que foi feita em Miami. Fiquei com o disco pronto, precisando de alguém pra vender. Mostrei a um empresário, ele disse que estava de férias, que ouviria depois. Sai mostrando o disco e um bocado de gente. Fui na casa de DJ Dolores, começamos a conversar, e aí surgiu o nome de Geraldinho Magalhães. Uns três dias depois, mandei o disco pra ele. Se passaram 15 dias sem ele falar nada. Imaginei que não tivesse gostado. No final de novembro do ano passado conversei com Geraldinho, ele disse que amou a música, e ia trabalhar depois do Carnaval. Mas teve o lançamento de Dona Onete, e programou o meu disco pra junho. Agora, físico, só se tiver uma boa venda, ou a gente aprovar algum edital”, diz Gilmar Correa.

 DISCO

 Meu Brinquedo foi feito no estúdio de Buguinha Dub, em Olinda, e no Casona, em Candeias. Teve participações especiais de Chico César, Sombra. O título do álbum já estava na cabeça de Gilmar há muito tempo, tem a ver com a cultura popular e com uma história pessoal dele: “Eu participava de uma banda e via a toda hora que o brinquedo não era meu, era de outras pessoas. Sempre escutei os mestres da cultura popular falar em meu brinquedo. Achava legal esta termo meu brinquedo, quando pensei no disco, descobri que os mestres nunca usaram este termo nos discos deles. Abro o meu com um interlúdio que se chama brincantes”.

 O disco tem uma sonoridade formatada por Bactéria e Bid, que permearam o repertório com um clima de Olinda futurista. As canções em levadas da música que se toca nas ruas da cidade, ijexá, reggae, cocos. Percussão e trombones são dois remanescente da formação que gravou o disco, respectivamente, Rinaldo Carimbó e Isídio Lê.

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