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Atrações do 'Samba Recife' declaram seu amor ao gênero musical

Oito pagodeiros que participam da festa neste sábado (28) contam suas experiências com o mais brasileiro dos ritmos

Robson Gomes
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Robson Gomes
Publicado em 28/09/2019 às 5:00
Foto: Luiz Fabiano/Divulgação
Oito pagodeiros que participam da festa neste sábado (28) contam suas experiências com o mais brasileiro dos ritmos - FOTO: Foto: Luiz Fabiano/Divulgação
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Está tudo pronto para o maior festival de samba do País. É neste sábado (28), na área externa do Centro de Convenções e na área interna do Classic Hall, que os principais nomes do samba e do pagode nacional e regional se juntam para 12 horas de festa no Samba Recife. O megaevento tem previsão de início a partir das 18h.

Com quatro palcos funcionando simultaneamente durante toda a programação, o festival reunirá em seu line-up desde atrações tradicionais do naipe de Fundo de Quintal e Xande de Pilares, como estrelas da nova geração: Belo, Dilsinho, Ferrugem, Sorriso Maroto, Thiaguinho, Suel, entre outros.

Por sua magnitude, é possível entender a força que este ritmo popular tem de arrastar multidões. E o Jornal do Commercio foi atrás de alguns artistas do festival para que eles tentassem explicar este fenômeno, até entre as pessoas que não se consideram “ruim da cabeça ou doente do pé”.

Dono do hit Péssimo Negócio, o jovem Dilsinho, de 27 anos, justifica: “O samba é nossa raiz, deu origem a diversos outros ritmos e sons. O brasileiro tem o samba no pé, e quem é que não gosta? É uma honra poder cantar samba e pagode e ter meu nome marcado na história desse ritmo tão singular para os brasileiros”.

O vocalista Tony Salles, do Parangolé, também destaca o apelo popular do samba e do pagode. “Samba e pagode não são modismos. São ritmos que fazem parte do dia a dia do povo. Eles falam a linguagem do povo e levam muita alegria. São ritmos eternizados e no que depender de nós jamais serão esquecidos”, reforça.

A atemporalidade do samba pode ser percebida entre os veteranos do Fundo de Quintal, que levam ao palco inspirações que marcaram várias gerações. “Tivemos várias experiências que marcaram nossa ideologia musical, tivemos a experiência de convívio dos nossos pais com bambas do samba como Pixinguinha, Gastão Viana, Donga, Honório dos Santos, Heitor dos Prazeres e outros. A influência de compositores do nível de Cartola, Nelson do Cavaquinho, Paulinho da Viola (que já tinha começado antes de nós), e no Partido Alto as grandes influências de Candeia, Aniceto do Império, Chango da Mangueira”, explica o vocalista Ubirany.

Com um sucesso emplacado na abertura da novela A Dona do Pedaço, da TV Globo, o cantor Xande de Pilares desenvolve com bom humor a diferença e a força desses gêneros musicais: “Uma coisa que vai ficar sempre no é e num é. Vai e num vai. Pagode é uma reunião de sambistas. Um ambiente onde sambistas se reúnem para tocar samba. Pagodeiro é quem frequenta o pagode. A simplicidade, a originalidade, a personalidade. Foi muito bem carimbado dentro da nossa cultura. Tem muitas pessoas que às vezes falam: ‘Ah, o samba morreu...’. Não, o samba nunca morre! Ele fica doentinho, toma um remédio e se recupera”.

Tendo grandes influências como Reinaldo, Arlindo Cruz, Beth Carvalho e Péricles em seu trabalho, o cantor Ferrugem destaca a alegria desses sons. “São ritmos que são a cara do Brasil, né? Estão sempre em ascensão e sempre é de muito agrado do grande público. São ritmos alegres e sempre muito festivos”, afirmou.

Para o vocalista Bruno Cardoso, do Sorriso Maroto, o samba é um estilo de vida: “É um gênero musical nosso. É genuíno, sendo assim é impossível sair de moda. Aliás, não é questão de moda. É filosofia, estado de espírito, uma razão de viver”.

A opinião de Bruno também é compartilhada por Suel. “Esses gêneros fazem parte de nossa cultura e suas raízes são eternas. O samba e o pagode têm um papel social, falam de nossa gente, de nossa alegria de viver”, completa.

Uma das atrações mais esperadas do Samba Recife, o cantor Thiaguinho sintetiza a reflexão sobre os gêneros que embalam sua vida, carreira, e vai embalar uma multidão logo mais. “Pagode e samba têm como tema a vida da nossa gente. O amor, as decepções e todos os sentimentos que a gente um dia ou outro vai sentir. Então, ele mexe e vai sempre mexer com as pessoas. São gêneros que vivem no coração do brasileiro”, conclui o artista.

SERVIÇO

Samba Recife 2019 – Neste sábado (28), a partir das 18h até às 6h, na área externa do Centro de Convenções, e área interna do Classic Hall (Av. Gov. Agamenon Magalhães, s/n, Salgadinho, Olinda). Ingresso: R$ 120 (área única), à venda nas lojas Ticket Folia. Sócio do JC Clube tem 50% de desconto na compra de até dois ingressos na loja Riachuelo do Shopping RioMar.

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