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Nota sobre matéria ''Luisa Marilac e o sonho de ser aceita''

Explicação às agressões feitas pela travesti em vídeo no YouTube

Do JC Online
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Do JC Online
Publicado em 08/06/2011 às 21:31
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Nesta quarta-feira 9 de junho, a travesti Luísa Marilac postou no You Tube um vídeo (confira AQUI) no qual chama, entre outros adjetivos, a jornalista Fabiana Moraes, deste Jornal do Commercio, de “falsa” e “homofóbica”. A reação de Luísa foi gerada pelo texto publicado no dia 28/5/2011, cujo título diz "Luísa Marilac e o sonho de ser aceita" (confira AQUI). Para ela, tratou-se de um ato de preconceito. Infelizmente, Luísa, assim como as várias pessoas que replicaram ou comentaram a matéria nas redes sociais, parecem não ter lido o texto, que a aborda com extremo respeito e cuidado.

O título faz menção ao fato de a travesti, como ela mesma informa, estar sendo tratada com um carinho nunca antes recebido em sua vida. Faz menção a um episódio comentado por Luísa, sobre uma menina que a abraça e chora. É desse tipo de aceitação que a matéria trata e que fica cifrado no final do texto: "'Eu nunca recebi tanto carinho em minha vida. Você não tem noção de como isso tá sendo importante para mim, como é bom ser aceita. É claro que eu sentia falta. Eu tomei porrada a vida toda.' Última lição: Luisa é como todos nós. Tem esse estranho e humano vício em afeto." A matéria foi dedicada a Patrícia Gomes, vice-presidente da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans), que havia falecido recentemente.

A jornalista Fabiana Moraes tem entre seus trabalhos mais recentes o especial Fale com elas (confira AQUI), na qual aborda a vida das travestis recifenses. A série recebeu reconhecimento da Frente Parlamentar LGBT. “A jornalista Fabiana Moraes foi feliz e corajosa ao dar voz às travestis de Pernambuco e retratar na série de reportagens todo o estigma que estas pessoas carregam ao longo da vida, sendo muitas vezes alvo de violência e humilhações”, disse Isaltino Nascimento, criador da Frente. Importante dizer que, em três dias da série, os nomes masculinos das travestis não foram publicados, um respeito em relação  à identidade feminina assumida por elas. Essa informação é importante para esclarecer que, ao contrário do que Luísa afirma no vídeo, seu nome de nascimento jamais foi questionado pela jornalista.

O valor do seu show, foi de fato foi perguntado (questão, aliás, pertinente  e em de forma alguma desrespeitosa), e a informação consta na própria matéria. Fabiana, que tem dois prêmios Esso no currículo, também é autora da série O nascimento de Joicy, na qual trata, com extrema delicadeza, da mudança de sexo de uma transexual do agreste pernambucano (confira AQUI). A matéria gerou enorme repercussão, inclusive entre a comunidade LGBT. Na última semana, a Associação da Parada Gay de São Paulo comunicou que vai conceder à jornalista o Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade.

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