Hoje, no Teatro de Santa Isabel, o cantor e compositor petrolinense Zé Manoel lança seu disco de estreia, que tem despertado um interesse raro para um álbum que trafega na contramão de praticamente tudo que se faz por aqui musicalmente. Sua influência maior é Tom Jobim, o que implica que suas harmonias vão bem além de acordes perfeitos, com melodias engenhosas e letras que passam longe do lugar comum: “Me aproximei mais de Tom Jobim e de Chico Buarque, e de Edu Lobo por causa de Chico. Porém, embora não transpareça tão claramente, meu trabalho tem muito de Cartola também, e de Nelson Cavaquinho. Nelson tem uma música meio erudita”, comenta Zé Manoel.
Zé Manoel, o título, simples, do CD, tem 14 faixas, apenas uma, Samba manco, não é assinada por ele. Três são assinadas com parceiros, e as dez restantes têm letras e melodia de Zé Manoel, em cuja música predominam a canção, no sentido amplo do termo, mas com abertura até para um maracatu-canção, Saraivada de felicidades, com o qual conquistou um festival em sua cidade natal. Apesar de Tom Jobim ser bem palpável em sua música, Zé Manoel confessa que compõem pensando sempre em Dorival Caymmi, sobretudo nas letras sem rebuscamento.
No show, ele repassa todo o repertório do disco, e acrescenta Quem vem pra beira do mar, de Dorival Caymmi, e Sabiá, de Zé Dantas e Luiz Gonzaga, que canta em inglês. “Pensei em Chet Baker cantando esta música, um amigo fez a versão, batizada de My little bird, cantada em levada de cha-cha-chá”, explica Zé Manoel.
Show de lançamento do CD Zé Manoel, no Teatro de Santa Isabel, com Zé Manoel e banda, hoje, às 21h. Ingressos: R$ 20 e R$ 10
