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Espanha e Brasil se encontram no Museu Murillo La Greca

A mostra Pontes, caminhos na água - Uma aproximação a arte contemporânea espanhola inaugura nesta terça (10) e fica em cartaz até 19 de agosto

Beatriz Braga
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Beatriz Braga
Publicado em 10/07/2012 às 12:15
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“Me dê o seu olhar”, escreveu, imperativo, o escritor Edmond Jabès. A intenção era clara: “desse modo, o que está desunido, será unido”. É com essa mesma licença poética que o curador Óscar Alonso Molina explica os nomes reunidos na exposição coletiva Pontes, caminhos na água - Uma aproximação a arte contemporânea espanhola, que inaugura nesta terça (10), às 19h, no Museu Murillo La Greca. A exposição fica em cartaz até 19 de agosto.

Na mostra itinerante, que nasceu na Espanha e viaja por vários países da América Latina, sete artistas espanhóis exibem obras de seu acervo pessoal. Miguel Villarino, Rafael Liaño, Alicia Martín, Ángel Marcos, Ciuco Gutiérrez, Dis Berlín e Cristina Lucas vêm de linguagens estéticas diferentes e têm em comum o fato de produzirem arte contemporânea, em fotografia, pintura, videoarte, performance ou escultura. Em cada canto destinado aos artistas, há um olhar que grita e conta histórias, basta se dispor a ouvir.

Na intenção de fazer mais do que uma ligação unilateral, em cada país visitante um artista local é escolhido para integrar à exposição. No Brasil, a curadora convidada Eladia Sanchez elegeu o recifense Renato Valle, que traz peças da coleção Cristos e anticristos. A mais intrigante chama-se Mealheiro, na qual representa a cabeça de Jesus Cristo à base de resina de poliéster. Transparente, a obra convida o visitante a depositar contribuições monetárias e a metáfora dá seu recado: a exploração dos fiéis pela religião em troca de barganha espiritual.

A exposição nasceu de um convite da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento  que propôs parceria ao Museu Murillo La Greca. A escolha da capital pernambucana como a única parada da mostra no Brasil não foi aleatória. “Eles queriam fugir do eixo Rio-São Paulo”, conta a diretora do Museu, Bruna Pedrosa.

OFICINA

O Recife ainda ganha um presente a mais com a exposição. A artista Cristina Lucas, que projeta dois vídeos, ao lado do quadro em que aparece representada fazendo uma intervenção artística, também ministra a Oficina de Performances: Do privado ao Público e do Público ao Privado, que começa amanhã e vai até o dia 13, das 14 às 17h no Museu. Para os interessados, é bom correr porque as vagas estão bem concorridas.

 

Leia  a matéria completa no Caderno C desta terça (10).

 

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