Rock

Os 50 fatos que marcaram a história do rock and roll

Livro começa com Elvis Presley e termina com morte de Michael Jackson

Do JC Online
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Publicado em 30/06/2013 às 6:00
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Clássica banda pop do final dos anos 70, fase de transição do rock, a inglesa Dexy Midnight Runners ficou célebre por um ato inusitado: roubou a fita master que eles próprios gravavam, e pediram resgate à gravadora: “A EMI exigiu furiosamente a devolução das fitas. Os Dexys se recusaram e saíram em turnê nacional. A gravadora ficou sem saída. Eles aceitarm pagar nove por cento de royalties e as fitas foram devolvidas à empresa ainda que com sorte. O grupo levou as fitas pelo metrô londrino, o que poderia tê-las desmagnetizado, destruindo tudo. Felizmente as gravações sobreviveram à jornada”. As músicas desta fita são do disco Searching for the young soul rebel, um dos melhores da Dexys Midnight Runners.

Este inusitado sequestro está contado no livro 50 fatos que mudaram a história do rock, de Paolo Hewitt (Grupo Editorial Record/Verus Editora, 272 páginas, R$ 42,90), tradução de Leandro Wovakoski, do original inglês Excuse me while i kiss the sky. Hewitt é jornalista especializado em música, trabalhou no The Sunday Times, Melody Maker, NME, e sabe escrever para divertir o leitor, embora muitas das histórias não foram tão importantes para mudar o rock, como a do Dexys Midnight Runners. Algumas são até manjadas, como a primeira turnê americana dos Beatles, em 1964: “O relato começa com Elvis e termina com Michael Jackson, dois superastros separados pelo tempo, não pelo destino... Alguns destes 50 momentos se escolheram - Cooke, os Beatles, Woodstock, Hendrix, Cobain - outros representam minha escolha pessoal, na esperança de que esclareçam ou simplesmente divirtam”, escreveu o autor no prefácio.

O “Cooke” a que ele se refere é, obviamente, Sam Cooke, uma das vozes antológicas do gospel, rhythm and blues e pop, falecido trágica e estupidamente, no auge da fama, com 33 anos: “Na hora da morte, no início da manhã de dezembro de 1964, o melhor soul man dos Estados Unidos estava nu, exceto pelo sobretudo e um sapato. Havia uma bala no seu peito e ele estava caído contra a parede do escritório de um motel. A recepcionista, Bertha Franklin, sentou-se à sua mesa, esperando a polícia chegar. Assim como os policiais à paisana, prestes a invadir local, ela ainda não sabia quem acabara de matar”. Sam Cooke registra-se com outro nome. 

A recepcionista tentou se proteger da fúria do cantor, que procurava a moça com quem ele veio ao motel. Ela fugira do quarto para escapar da violência dele. Cooke imaginou que a recepcionista escondia a moça. Enquanto ele era levado para o necrotério pela polícia, as rádios americanas começaram a tocar seus maiores sucessos You send me, Only sixteen, Twisting the night away, Bring it home to me, A change is gonna come, todos clássicos do rhythm and blues. Paolo Hewitt conta o assassinato de Sam Cooke como um conto policial, mas sua morte não mudou a história do rock. Se teve alguma influência foi pelo fato do empresário de Sam Cooke se o famigerado Allen Klein, que cinco anos mais tarde estaria conduzindo as carreiras dos dois maiores grupos de rock do mundo: The Beatles e The Rolling Stones.

Entre os 50 fatos que mudaram a historia do rock estão a adesão à guitarra elétrica por Bob Dylan, o álbum Smile, de Brian Wilson dos Beach Boys, a morte de Brian Jones, a prisão de Mick Jagger e Keith Richards em 1967, a prisão de Paul McCartney, no Japão por posse de maconha, e a invenção dos Monkees. Fatos aos quais foram dedicados rios de tinta, livros, filmes. Sobe eles Paolo Hewitt não acrescenta muita coisa. No mínimo curioso é o capítulo Os Beach Boys quase contatam Charles Manson para seu selo fonográfico. Charles Manson é o psicopata que comandou o assassinato da atriz Sharon Tate, e das pessoas que se encontravam em sua casa, na Califórnia, em 1969. A contratação dele não mudaria a história do rock, mas talvez evitasse uma tragédia.

Em abril de 1968, Dennis Wilson, baterista dos Beach Boys deu carona a duas moças, Ella Jo Balley e Patricia Krenwinkel. As duas pertenciam à família, como Charles Manson chamava a comunidade que liderava. Dias depois, ao voltar de uma sessão de gravação com os Beach Boys, Dennis Wilson voltou para casa e deparou-se com um ônibus preto na porta da sua casa. Entrou em casa e tocavam música dos Beatles a todo volume. Decidiu entrar pela porta da cozinha: “Ao chegar ali, um homem magro e musculoso avança para o quintal: ‘você vai me machucar?’, Denis deixa escapar. Charlie Manson sorri feliz: ‘Parece que vou machucá-lo?’ Pergunta mansamente.Em seguida, se ajoelha e beija os sapatos do dono da casa”. A família Manson passou a frequentar a casa do baterista, que se convence do talento musical de Charles Manson, e tenta convencer outras pessoas, entre estas Neil Young, os outros integrantes dos Beach Boys e o produtor Terry Melcher, que era olheiro do selo Apple dos Beatles. Os Beatles eram a obsessão de Manson.

Melcher não se interessa pela música de Charlie Manson, nem pelo documentário que ele pretende que seja filmado da família. Na época o padastro de Melcher morre, e deixa a mãe dele, a atriz Doris Day abalada. Ele se muda para a casa da mãe Candice Bergen, sua namorada na época.. O resto é história, um dos capítulo mais grotescos do rock and roll. Charlie Manson inspirado pelas música do Álbum Branco dos Beatles, que acredita ter mensagens ocultas dirigidas a ele, decide assassinar Terry Melcher e todos que estivessem em sua casa. Porém ele alugou a sua mansão para o diretor Roman Polansky e sua mulher a atriz Sharon Tate. 

50 fatos que mudaram a história do rock , não vai mudar a vida de ninguém, mas é um bom entretenimento mesmo que a maioria destes fatos sejam bastante conhecidos, exemplo do primeiro, e único, encontro de Elvis Presley com os Beatles, em 1965: “O pessoal e a esposa de Elvis estavam animados para conhecer os quatro rapazes de Liverpool, o fenômeno da Inglaterra. No entanto, Elvis estava indiferente. Ele era o rei não eles. Os Beatles ficaram se fala diante do Rei: “Por fim, Elvis anunciou: ‘Se vocês forem ficar aí parados me olhando, vou me deitar”. Hewitt termina o livro com a morte de Michael Jackson, e aí é praticamente impossível que contasse algum fato novo. 

 

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