O maestro Forró compara a música que faz com a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério com uma vitamina, cujos ingredientes liquidifica, com resultado final sempre revigorante e instigante. Esta vitamina receita pessoal e intransferível ele serve neste sábado (21), a partir das 19h30, no Teatro de Santa Isabel, para gravação do segundo DVD da orquestra, baseado no álbum #CabeçaNomundo, que, na edição deste ano do Prêmio da Música Brasileira, deu o prêmio de Melhor Artista Regional à OPBH. #CabeçaNoMundo, assim como o anterior Jorrando cultura, que rendeu DVD em 2208) foi trabalhado nas principais cidades brasileiras e em países da Europa. Maturado até que o maestro sentiu que era o momento de registrá-lo em imagens.
“Vamos tocar todo o repertório do disco, mais inéditas, com três participações especiais”, adianta Francisco Amâncio, o maestro Forró, que chamou atenção inicialmente pelas maneira iconoclasta como dirigia sua orquestra: óculos escuros, roupas coloridas, tênis: “Queria demitificar aquela coisa do maestro sisudo, de roupas escuras, quando comecei queria desburocratizar a orquestra, tocar o popular como se fosse erudito, e o erudito como popular”. Esta derrubada de divisórias vem de 2002, quando ele criou a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, o bairro onde ele, a maioria, do músicos mora.
A ausência de fronteiras da OPBH permite que a a vitamina seja enriquecida com ingredientes que aparentemente não combinem quando jogados no liquidificar sonoro do maestro Forró, como é o caso do hit pop Meu esquema, da Mundo Livre S/A, incluído no repertório de hoje da OPBH, condimentado com frevo, e participação de Fred Zeroquatro, vocalista da MLSA, autor da música, e um dos pais do manguebeat. Ele e o maestro Forró cantam a música juntos. Assim como a orquestra se aproxima do pop, o pop se aproxima da orquestra. Assim é que, Lira (ex-Cordel do Fogo Encantado) adentra o palco do Santa Isabel para cantar uma marcha-de-bloco, Recife iluminado, que Forró compôs para o álbum ##Cabeça NoMundo: “A gente se encontrou no Rio, e Lirinha comentou comigo que nunca tinha gravado uma música que tivesse o nome do Recife na letra. Ele topou cantar Recife iluminado no show. Na primeira parte é a marcha da forma como foi gravada. Depois ele entra, e canta com um arranjo que vai desconstruindo a música durante a interpretação”.
O terceiro convidado da noite será o bandolinista Marcos César, que participa em Formiguiando, um choro. Com maestro Forró na jogada, é esperar o inesperado que, no caso, será, um diálogo inusitado entre o bandolim de César e o trompete (tocado por Forró), um instrumento pouco afeito ao chorinho, com um arranjo para big band. Além destas novidades, o show será pontilhado por surpresas. Quais serão?
Show de gravação do DVD #CabeçaNoMundo, com a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, 19h30, no teatro Santa Isabel. Ingressos gratuito, na bilheteria do teatro uma hora antes do início do espetáculo. Fone: 3355.3323
