CRIAÇÃO

Rodrigo Braga faz residência artística em Nova Iorque

Artista está preparando uma exposição individual na cidade, que será inaugurada em outubro

Eugênia Bezerra
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Eugênia Bezerra
Publicado em 06/10/2013 às 6:00
Alexandre Belém/JC Imagem
FOTO: Alexandre Belém/JC Imagem
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Uma praia na região do Brooklyn, Nova Iorque, chamou a atenção do artista pernambucano-amazonense Rodrigo Braga. A Dead Horse Bay, como é chamada, já foi um depósito de lixo e um lugar onde animais mortos eram processados para fabricar sabão. Os vestígios destes períodos permanecem. É "um local belo e denso, simbolicamente e visualmente", resume Rodrigo, que no momento vive uma residência artística na cidade norte-americana e iniciou o processo de criação das obras que apresentará em uma exposição individual na sede da organização Residency Unlimited (RU), com inauguração marcada para o dia 23 de outubro.

A bolsa para a residência foi um prêmio oferecido, a partir de parceria entre o Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo) e a SP-Arte, a dois artistas representados pelas galerias que participaram dessa feira de arte em 2013. "Quando vim para Nova Iorque, comecei a me situar. Isso é meu hábito de trabalho, dificilmente venho com um projeto muito delineado. Eu preciso estar no local, perceber o ambiente, a cidade, a região. Me embebedar, digamos assim, da cultura do local, das pessoas, da paisagem, para daí começar a ter as ideias e as criações", afirma Rodrigo.

"Quando soube dessa praia, com este nome que é forte e poético ao mesmo tempo, quis ir lá. É um espaço muito interessante. A partir de 1850, era um local para onde eram levados os cavalos mortos da cidade. Nova Iorque era circundada por fazendas e, ao mesmo tempo, havia os cavalos urbanos que faziam tração. Quando mortos, eles eram levados para lá, onde havia fábricas de processamento para fazer sabão, graxa, óleo, cola (usando sebo dos bichos). Esta história durou até 1930", continua Rodrigo.

Ele também explica que, já a partir daquele ano, começaram a depositar lixo na baía, coberto com areia. O artista está sendo acompanhado pela curadora Jovana Stokic. Ela atua na área das artes performáticas e já realizou trabalhos com a artista Marina Abramovic, por exemplo. No momento, o artista está na metade do período da residência e adianta que a individual deve ser formada por fotografias, vídeos e objetos. A exposição será mostrada no Brasil, em 2014, na SP-Arte.

Alexandre Belém/JC Imagem
Rodrigo Braga - Alexandre Belém/JC Imagem
Rodrigo Braga/Divulgação
O artista disponibilizou fotos feitas durante o processo, como esta da Dead Horse Bay - Rodrigo Braga/Divulgação
Rodrigo Braga/Divulgação
Alguns ossos que Rodrigo encontrou no local - Rodrigo Braga/Divulgação
Rodrigo Braga/Divulgação
Outra foto feita durante a pesquisa (ainda não são as obras) - Rodrigo Braga/Divulgação

Esta tem sido uma fase bem fértil na trajetória de Rodrigo Braga, tanto no que se refere à criação em si, quanto às oportunidades para expor as obras em diferentes lugares e de conversar com as pessoas sobre elas. Pela internet, por exemplo, é possível conferir o catálogo do programa Labverde: Experiências Artísticas na Amazônia (www.labverde.com.br). Nele estão as fotos das obras criadas por um grupo de artistas durante uma residência na região amazônica.

O texto completo está no Caderno C deste domingo (6/10), no Jornal do Commercio.

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