Memória

No dia em que John Kennedy foi assassinado

Meio século de uma tragédia que ninguém esqueceu

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 21/11/2013 às 5:59
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"Eu me lembro onde estava naquele dia/estava no interior em um bar/via pela TV o jogo do time de futebol da faculdade/então parou tudo na tela, e o locutou anunciou/aconteceu uma tragédia/notícia, ainda não confirmadas/ de que o presidente levou um tiro/ele pode estar morto ou morrendo” (de The day John Kennedy died, do álbum Blue blue mask, Lou Reed), O assassinato de John Fitzgerald Kennedy, em 22 de novembro de 1963, foi uma das três tragédias tramautizantes para os americanos. As outras duas: o bombardeio de Pearl Harbor, em 1941, e o atentado às torres gêmeas em 2011. Daqueles acontecimentos que, assim como Lou Reed, todos conseguem lembrar exatamente onde se encontravam quando aconteceu. Na página oficial https://jfkmemories.tumblr.com/, o link está aberto para quem quiser lembrar onde estava quando o presidente foi assassinado.

JFK foi muito mais do que um presidente. Era um ídolo pop. Jovem, bonito, rico, casado com uma socialite linda e elegante. Por fim, mas não menos importante, governava a nação mais poderosas do mundo. Porém, um super-homem assassinado por um “zé ninguém”, para usar uma expressão da época, um “loser”, ou perdedor como se diz hoje. Uma perplexidade que arrebatou o jovem Lou Reed ou Norman Mailer, um escritor consagrado: “É virtualmente não assimilável à nossa razão, que um pequeno homem tenha derrubado um gigante em meio às suas limusines, suas legiões, sua multidão, sua segurança. Se um qualquer destroi o lider da nação mais poderosada Terra, então um mundo de desproporções nos engole, e vivemos no universo do absurdo”.

Uma perplexidade da qual não escapou um então arrogante candidato a gênio da cultura americana, então com 22 anos, que acabara de lançar um segundo e elogiadíssimo álbum. Bob Dylan, o nome que adotara. Suze Rotolo (1943/2011), namorada de Dylan, entre 1961 e 1964 (inspiração para canções como Boots of spanish leather, Don’t thin twice it’s all right, e Tommorow is a long, long time), em sua autobiografia A Freewheelin’ Time (2008), dedica duas páginas do livro , e os fatos que lhes sucederam em poucos dias: “O 22 de novembro de 1962, foi o dia em que o tapete foi puxado de sob nossos pés de uma forma que não tinah acontecido nem mesmo na crise dos mísseis, no ano anterior... quando as notícias do assassinato de Kennedy espalharam-se nada parecia real, e era feito se tudo passasse ou em câmera lenta ou acelerada. Não era possível que um presidente americano fosse assassinado,  na época em que a gente vivia. Coisa assim eram o horror da história. Nos dias seguintes ao assassinato os fatos foram ainda mais chocantes”.

Ela, Bob Dylan, e Carla, assistiram o assassinato de Lee harvey Oswald pela TV, na sala do pequeno apartamento em que moravam no Vilage. De como tinham os olhos pregado no aparelho, em preto & branco, vendo Lee Harvey Oswald ser transferido para a penitenciária estadual, dois dias depois de ter sido preso como suposto matador do presidente: “Você viu aquilo? Nós tres congelamos e emudecemos mortalmente. Não havia repetição de imagens. O atentado no entanto tinham sido filmado. Os comentaristas da TV tinham que esperar os filmes serme revelados para entao analisar o que viram. Bob mal falou e nem saia de perto da TV. Estava colado a ela, Todos estávamos”. Um mês antes, em outubro, Bob Dylan fez uma estreia consagradora no Carnegie Hall, saiu do palco ovacionado pela plateia. Exatamente como John Kennedy, em 19 de maio de 1962, com direito a um Happy birthday (mr.President), cantado por Marilyn Monroe.

(leia mais na edição impressa do Jornal do Commercio)

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