Escada da Felicidade é o mote do novo projeto de Marcelo Silveira

Ao lado da pesquisadora Cristina Huggins, artista pernambucano reativa relação dos gravataenses com patrimônio que dá acesso ao Cristo Rei da cidade
Olívia Mindêlo
Publicado em 22/05/2014 às 6:12


A maioria de nós certamente não tem ciência do que veio fazer aqui na Terra, mas o artista plástico Marcelo Silveira não; ele sabe direitinho: “Minha vida tem isso, de tentar lembrar o esquecido.” Eis o propósito que surge novamente em sua poética e mobiliza um novo projeto ao lado da pesquisadora Cristina Huggins. “Você se lembra da Escada da Felicidade?”, questionou a dupla a 12 moradores de Gravatá, onde Marcelo nasceu e mantém um ateliê, apesar de morar no Recife. A pergunta dá nome à nova empreitada e as respostas compõem parte do projeto que é “devolvido” nesta sexta-feira (23/maio) à população local, com mostras itinerantes, de fotos e frases em cartazes, e um encontro ao fim do dia.

A Escada da Felicidade é real, existe desde 1953 e foi construída para facilitar o acesso ao mirante de Gravatá, no Alto do Cruzeiro. Ninguém sabe dizer ao certo por que a construção recebeu esse título convidativo, estampado até hoje em um portal de entrada, mas as frases coletadas por Marcelo e Cristina fornecem pistas. “Quantas vezes subi ali com o homem que eu amava?”, recorda Terezinha Carvalho. E Ricardo Carvalho confirma: “A Escada da Felicidade era lugar de namoro”. Mas não só. Lamartine Andrade Lima diz que ali era canto onde ele e seus amigos, hoje de cabelos branquinhos, costumavam “folgar”. Para a então menina Maria Anália de Andrade Melo, era o contrário: “Subíamos e descíamos pela escada, correndo”.

Estes degraus de idas e vindas na memória gravataense, contudo, não vivem só de passado; permanecem por lá e servem principalmente à comunidade que vive à sua margem. Reginaldo Lemos que o diga: “A Escada da Felicidade está se acabando”. Para José Teixeira de Carvalho, “era um sucesso”, mas não é mais. A pesquisadora Cristina Huggins diz que alguns entrevistados responderam a provocação acessando “uma memória encoberta por uma espécie de bruma”, enquanto outros recorreram a um depoimento de crítica ao poder público e ao descaso. De uma forma ou de outra, não importa: o objetivo do projeto está justamente em “cutucar” a população. 

Leia matéria completa no Caderno C desta quinta-feira (22/5), no Jornal do Commercio

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