Patrimônio

MPPE recomenda respeito às tradições dos maracatus rurais

Maracatuzeiros alegam que policiais militares estariam exigindo que as brincadeiras terminassem às 2h, quando, pela tradição, os festejos seguem até o início da manhã

Do JC Online
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Publicado em 10/10/2014 às 21:27
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Maracatuzeiros alegam que policiais militares estariam exigindo que as brincadeiras terminassem às 2h, quando, pela tradição, os festejos seguem até o início da manhã - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Após denúncias de coação realizadas no início do ano por integrantes de maracatus de baque solto, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) anunciou, nesta sexta-feira (10), uma recomendação aos promotores de Justiça para que as sambadas e ensaios das agremiações sejam respeitados no Estado. Os maracatuzeiros alegam que policiais militares estariam exigindo que as brincadeiras terminassem às 2h, quando, pela tradição, os festejos seguem até o início da manhã.

O anúncio foi feito pelo procurador-geral do MPPE, Aguinaldo Fenelon, durante reunião que contou com a presença de integrantes de diversas agremiações de maracatu de baque solto, do Movimento de Mulheres Negras Pernambucanas e da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), além de outros representantes da sociedade civil. Na ocasião, Fenelon enfatizou a importância cultural do maracatu rural, falou da necessidade da sua preservação e reverenciou sua matriz africana.

“O maracatu de baque solto é um patrimônio transmitido de geração em geração, integrado ao ambiente, à natureza e à história, contribuindo para a diversidade cultural e criatividade humana”, ressaltou o procurador-geral.

De acordo com o MPPE, a recomendação também visa enfrentar o racismo, pois, além das violações ao patrimônio cultural, poderiam estar ocorrendo práticas de racismo institucional realizadas por policiais militares. O órgão sugeriu que ações educativas sejam realizadas com os agentes estatais de fiscalização, em especial os PMs, para que atitudes racistas sejam evitadas.

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