É sempre grata a surpresa de se deparar com vozes atuais que preservam o legado de alguns mestres do samba e continuam cantando com exuberância Noel Rosa, Cartola, Ary Barroso e Adoniran Barbosa, entre tantos outros nomes.
Que o diga a paulista Joyce Cândido. Ela saiu da cidade de Assis, interior de Sao Paulo, cursou faculdade de música e aceitou o convite de um amigo para gravar um show em homenagem à cantora Beth Carvalho. E foi assim que o samba se tornou visceral.
“Sempre busquei repertórios da música brasileira mas quando ouvi o samba, agregá-lo à minha rotina foi automático”, confessou a artista em entrevista ao Jornal do Commercio.
Do primeiro álbum Panapaná (2006) até o segundo O bom e velho samba novo (2011), Joyce aprimorou o talento fora do país. Em Nova Iorque deu vazão ao canto, à dança e a interpretações na Broadway.
“O meu desejo com a música era de conciliar tudo: cantar, dançar, interpretar, tocar. Unir os elementos e fazer diferente”, comentou.
E tem feito. Formada em piano clássico, Joyce conseguiu aliar o refinamento do instrumento ao ritmo brasileiríssimo do samba. E como resultado do seu trabalho, recebeu o Prêmio Brazilian International Press Awards em 2011, na categoria de Melhor Cantora Brasileira nos Estados Unidos. De volta ao Brasil elegeu a Cidade Maravilhosa para morar. Na Lapa - um dos bairros cariocas que mais respira o samba - ela apresentou o que sabia fazer de melhor: enaltecer o ritmo, com uma nova roupagem sem, no entanto, deixar de lado a essência de grandes sambistas.
“A ideia é dar características particulares e dialogar com uma estética mais refinada ao samba. Mas sem nunca abandonar a boemia dos nomes que sempre me inspiraram”, contou.
Ela convenceu. De artistas a produtores, Joyce coleciona uma legião de fãs ilustres, como o jornalista e crítico de música Zuza Homem de Mello que dentre outras coisas afirmou que “Joyce está pronta para intengrar o rol das gratas revelações de cantoras que valem à pena.”
Uma conclusão que se confirma pelos duetos e convidados que participam do show do seu primeiro DVD O bom e velho samba novo, hoje, no Theatro Net, no Rio de Janeiro e que conta com nomes como os de Marília Pêra e Zezé Mota.
Em estúdio Joyce gravou com João Bosco, deu um show de talento também na dança, com o coreógrafo Carlinhos de Jesus e cantou Espumas ao vento, do pernambucano Accioly Neto..
Na edição impressa do Jornal do Commercio desta terça-feira (@1), veja a matéria completa com o novo nome do samba nacional, a cantora Joyce Cândido.
Veja vídeos com depoimentos dos músicos Toquinho, Elza Soares e do coreógrafo Carlinhos de Jesus:
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Ao lado de Elza Soares, a cantora paulista gravou a música Espumas ao vento, composta pelo pernambucano Accioly Neto: