Dois museus ligados à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) sob nova direção buscam definir seus caminhos. A maior mudança foi no Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe), em Olinda, onde o cargo era ocupado há sete anos por dom Irineu Marinho. Ao assumir o posto, o frei Rinaldo Pereira dos Santos anunciou seus planos, que incluem uma parceria com o curso de Arquitetura da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) para reforma do prédio e outra com o Museu de Arte Sacra de São Paulo para o projeto museológico e o educativo.
"O museu eclesiástico deve ser um espaço onde se promova a capacidade do ser humano maravilhar-se diante do belo, de contemplar no visível o invisível e de estímulo à busca de harmonia e equilíbrio interior", descreveu o frei Rinaldo na transmissão de cargos.
Naquele momento de chegada, o diretor já tinha articulações iniciadas: "Nos últimos dois anos foi feita uma análise que resultou em um documento sobre a realidade do museu. Um grande objetivo nosso agora é elaborar o plano museológico, estamos nessa parceria com o museu de São Paulo e com a Unicap. Isto já está em andamento", afirmou o frade, que é presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Cultura.
"Queremos trabalhar com uma visão ampla da arte sacra como um patrimônio e a música faz parte disso", continuou ele, indicando outros planos, como a realização de atividades de formação e o aproveitamento dos diferentes espaços do Maspe (a exemplo da área verde atrás do prédio, onde já funcionou um bar e restaurante).
Margot Monteiro já voltou a atuar como diretora do Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), função na qual vai conduzir projetos como a reforma da reserva técnica do museu e os itens que faltam no projeto de remodelação do Palacete Estácio Coimbra e área externa. Margot reassume o cargo que era ocupado por Maria Digna Pessoa de Queiroz.
Naquele ano, a atual diretora mudava-se para São Paulo e o posto ficava com a presidente da Sociedade dos Amigos do Museu do Estado (função agora desempenhada por Maria do Carmo Calado). "O museu tem uma ação diversificada e um perfil que é inicialmente histórico. Precisamos definir o perfil dele e elaborar propostas, que podem ser criadas a partir do acervo, ou também receber as que chegam. Temos um projeto já em pensamento de trabalhar mais profundamente com nossos artistas contemporâneos", afirma Margot.
Uma parte do Espaço Cícero Dias começa a ser remodelada no momento. "Vamos reabrir o espaço dedicado à coleção etnográfica com nova linguagem museológica", explica a diretora.
"Também queremos propor novas exposições com interatividade. Os museus precisam acompanhar os avanços. Queremos trazer a tecnologia para as mostras, como um telão", planeja Margot.
Segundo ela, um telão será instalado na sala onde as escolas são recebidas para atividades educativas, por exemplo. Este espaço fica no palacete. No porão da casa, segue em atividade a Oficina de Artífices, na qual os alunos aprendem técnicas como entalhe e empalhamento ao restaurar móveis. "É um projeto muito importante para nós. Ele traz a comunidade, os alunos são os jovens ao redor do museu, e forma profissionais. Ela foi inicialmente apoiada pela Ferreira Costa e agora é pelo Santander", afirma Margot, lembrando que a parceria do banco com o museu continua: "Eles estão apoiando a modernização da reserva técnica, projeto que já começou. A gente tem que trabalhar em paralelo. O Governo entra com o material humano, estrutura, segurança, essa parte assim. Para os projetos a gente corre atrás de captação junto com a Sociedade dos Amigos do Museu".
Leia mais no Caderno C deste sábado (4/4), no Jornal do Commercio.
