DO POP AO CLÁSSICO

A liberdade musical do saxofonista Leo Gandelman

O instrumentista se apresenta neste sábado (11), no Santa Isabel e, ao lado do pianista Eduardo Farias, mostra a versatilidade de transitar nos mais diversos estilos musicais

Germana Macambira
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Germana Macambira
Publicado em 11/04/2015 às 6:00
Foto: Pedro Luz
O instrumentista se apresenta neste sábado (11), no Santa Isabel e, ao lado do pianista Eduardo Farias, mostra a versatilidade de transitar nos mais diversos estilos musicais - FOTO: Foto: Pedro Luz
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Seria redundante falar do saxofonista brasileiro Leo Gandelman e, ao mesmo tempo, discorrer sobre música instrumental: a obra do músico e o estilo que ele escolheu para se dedicar são quase uma coisa só. Do clássico ao pop, como solista de orquestras consagradas ou no virtuosismo da música de câmara, ele transita com fluidez invejável. Uma peculiaridade que o acompanha desde o início da carreira, quando começou a arriscar os primeiros acordes no piano e na flauta, para depois se dedicar exclusivamente ao saxofone – fincando, assim, o seu nome entre os maiores instrumentistas do País. “A música em minha vida veio como destino”, confirma Gandelman. De fato. O filho de um maestro e de uma pianista, seguiu, naturalmente, na mesma direção.

Estudioso da música erudita e um assumido fã do jazz – o que o levou a se dedicar ao estilo nascido nos Estados Unidos –, Leo Gandelman traçou a sua caminhada de pouco mais de duas décadas e algumas dezenas de trabalhos em disco e DVD, alternando essas duas vertentes. Deixando sempre um bom espaço para a música popular brasileira, tendo atuado, inclusive, como produtor de nomes como os das cantoras Gal Costa e Marina Lima. “Não há fronteiras para a música. Não há muro que separe os estilos porque todos podem convergir e se tornar único”, salientou. 

Não por acaso, o seu mais recente trabalho Música de fronteira – que conta com um repertório que vai desde composições autorais a clássicos de Heitor Villa Lobos, Pixinguinha e Baden Powell – está percorrendo os palcos do País, em companhia do jovem pianista Eduardo Farias, É esta apresentação que os dois fazem, hoje à noite, no Teatro Santa Isabel. 

“Conheci o Eduardo nessas andanças musicais da vida e nossa parceria tem tido um retorno muito positivo. Ele é um autodidata, com afinco pelo que faz. Toca, com propriedade, o piano e, assim como eu, acredita na liberdade que a música deve ter, com coragem de não se prender a um ou outro estilo”, comentou Gandelman. Ele deu início às apresentações da turnê do disco Música de fronteira no ano passado, mas mantém a parceria com Eduardo Farias há pelo menos quatro anos.

Empreendedor dos próprios shows – o músico afirmou que não conta com ajuda de financiamentos oficiais para as apresentações que faz no País – Gandelman fecha essa primeira temporada da turnê, no Recife, e segue para outro palco, em Las Vegas. Ao lado do Maestro Spok, ele se apresenta nos dias 8 e 9 de maio, no Rock In Rio de lá. Um reencontro de amigos e mestres do saxofone, que vai incrementar a versão americana do festival. “Conheço Spok há muito tempo. É um expoente da música em Pernambuco. Fizemos alguns arranjos juntos, incluindo a participação dele em Ventos do Norte, em 2013. É possível que façamos um trabalho a dois em Las Vegas”, comentou.

Sobre o Recife, o carioca Leo Gandelman ressalta algumas particularidades – ele tem um primo morando na cidade, o violinista Ricardo Brafman, nascido na Inglaterra e casado com uma pernambucana. Gandelman afirma que é especial tocar para o público daqui e voltar a respirar os ares do Estado. “Sou casado com uma pernambucana. Tenho em mim essa mistura regional, que só incrementa a minha liberdade de fazer música sem cercas e muros. Vai ser um prazer voltar aos palcos dessa terra”, concluiu.

Conheça o trabalho Música de Fronteira, com Leo Gandelman e Eduardo Farias:

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