Eles alternaram violões, canções e afagos. Depois tocaram e cantaram juntos. E mesmo no momento em que ficaram a sós no palco, não deixaram de se encontrar. Ora porque Zeca Baleiro, com maestria, arrancou aplausos efusivos em sua interpretação na composição de Zélia, Não vá ainda, ora porque, em seu momento solo, Duncan revezou entre cantar e tecer elogios sobre o seu companheiro de palco. Um show verdadeiramente feito a quatro mãos e a duas vozes, foi o que o público que lotou o Teatro Guararapes, na noite desta quinta-feira (16), encontrou.
Em pouco mais de uma hora e meia, Zélia Duncan e Zeca Baleiro revisitaram sucessos de carreira e levaram para o palco algumas inéditas, como Escancarado, assinada pelos dois. Além de outras interpretações que empolgaram a plateia, como A natureza das coisas, do pernambucano Accioly Neto e Mulheres, composta por Toninho Geraes e famosa na voz de Martinho da Villa, foi cantada por Zélia e dedicada com muito humor a Baleiro, que acompanhou desinibido as "mulheres cabeças e desequilibradas" entoadas com ênfase para, no final, soltar em tom de ameaça, um "vai ter volta".
O show foi aberto com a dupla interpretando Pássaro, composição de Sá e Guarabira. Em seguida Curare, de João Gilberto antecedeu a saudação que Zélia fez com um sonoro "voltei Recife, foi a saudade quem nos trouxe pelo braço" ganhando, definitivamente, a plateia.
Na sequência eles alternaram entre sucessos da trajetória de cada um, como Tudo sobre você, Babylon Me revelar e Quase nada. Com outras tantas revisitas de músicas como Grilos, gravada por Roberto e Erasmo Carlos e O amor é velho-menina, composta por Tom Zé.
Depois de um "até breve, Recife" Zélia Duncan e Zeca Baleiro começaram a se despedir do palco, levantando a plateia para acompanhá-los com Bandeira, Catedral e Telegrama, com espaço para trechos de A cidade, de Chico Science e, assim como na saudação inicial, Capiba voltou com Voltei Recife, dessa vez, na voz de Baleiro e das centenas de vozes da plateia.