ARTE

As mulheres de Victor Brecheret em exposição no IRB

Mulheres de Corpo e Alma-Desenhos e Esculturas fica aberta ao público a partir desta quarta (17) e vai até o dia 19 de julho. O ingresso custa R$ 20 (inteira)

Germana Macambira
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Germana Macambira
Publicado em 16/06/2015 às 6:30
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Instituto Ricardo Brennand - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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O feminino traçado em nus dorsais, frontais ou reclinados. Ora sem rosto, ora sem braços, com silhuetas em evidência e seios à mostra. Essas são as mulheres descritas nas obras do escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret, expostas na mostra Mulheres de Corpo e Alma-Desenhos e Esculturas, com vernissagem hoje e que fica aberta ao público até o próximo dia 19 de julho, na pinacoteca do Instituto Ricardo Brennand (IRB).

Sob a curadoria de Daisy Peccinini, especialista da obra do artista no Brasil, a exposição conta com 147 peças – entre estudos, desenhos e esculturas – cedidas pelo Instituto Victor Brecheret, sediado em São Paulo. “As obras têm toda uma simbologia, que passeia entre a sensualidade do corpo da mulher e as suas virtudes, com traços que denotam uma estética firme e sempre muito vibrante”, explicou Daisy.

A curadora fez uma seleção do trabalho do artista entre os anos de 1920 e 1955, ano de sua morte – são produzidas em bronze (patinado e polido), mármore, pedra granítica e gesso. “É comovente perceber os vestígios de Brecheret nas obras inacabadas, como A Cabeça>, uma das que foram esculpidas em gesso e que está entre as mais relevantes”, comentou Daisy.

SACRO E PROFANO

A exposição Mulheres de Corpo e Alma-Desenhos e Esculturas é dividida em blocos, que representam as várias fases e tendências da trajetória do escultor. No espaço é possível contemplar a seleção de nus indígenas, dorsais, de perfis e blocos com peças que exibem mulheres comuns e sagradas, juntas. “O sacro e o profano, em figuras femininas, para Brecheret, representavam a mesma coisa”, salientou a curadora paulista.

Entre as obras em exposição, duas participaram da Semana de Arte Moderna em 1922: O Ídolo (1919) e A Soror Dolorosa (1920). Dama Paulista (1934), A Índia Escondida por um Grande Peixe (1948) e Três Graças (1954), são outras das peças em destaque na mostra.

"Seja pelo apelo sexual ou pelo simbolismo do corpo feminino, as obras dialogam com quem as contempla, porque o estímulo visual em relação à forma e à luz do ambiente que penetra na obra, estão entre as sensações que tronam as esculturas de Brecheret, obras diferenciadas", ressalta Daisy Peccinini, que promove nesta terça (16), para convidados, uma visita guiada durante a Vernissage que acontece no espaço, às 19h30.

 

SOBRE O ARTISTA


O italiano Vittorio Brecheret (Farnese, 15 de dezembro de 1894 — São Paulo, 17 de dezembro de 1955) se ‘tornou brasileiro’ aos 10 anos de idade, quando veio morar com os tios maternos no Brasil. Por aqui, ganhou nacionalidade verde e amarela por volta dos 30 anos de idade, quando se registrou como Victor Brecheret e se tornou, assim, um dos artistas mais importantes do País.

Desde cedo, literalmente, colocou a mão na massa, com a confecção de esculturas de barro. O dom foi reconhecido pela família, que o mandou para Europa. De lá voltou renomado, com premiações e como o fundador da Escola de Paris.


Entre as suas obras mais notórias, está o Monumento às Bandeiras, inaugurada em 1954, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. “Ele a chamava de ‘Altar das Pátrias’ e dizia que ela não pertencia a São Paulo, mas ao País”, revelou a curadora Daisy Peccinini.

Enaltecido por nomes como Picasso, Léger e Bourdelle, além de Tarsila do Amaral e Anita Malfatti – que o considerava um dos precursores do Modernismo no Brasil – Victor Brecheret foi eleito o melhor escultor nacional na 1ª bienal de São Paulo, em 1951.

Acompanhe algumas das peças do escultor Victor Brecheret, em exposição no IRB, a partir desta quarta (17):



Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
- Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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