CONCURSO

Pernambucana Aleika Barros é eleita a segunda trans mais bonita do mundo

Maquiadora foi eleita, pela segunda vez, a segunda mulher transexual mais bela do mundo no Miss Trans Star

Maria Regina Jardim
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Maria Regina Jardim
Publicado em 15/09/2015 às 11:00
Foto: reprodução/Facebook
Maquiadora foi eleita, pela segunda vez, a segunda mulher transexual mais bela do mundo no Miss Trans Star - FOTO: Foto: reprodução/Facebook
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A maquiadora pernambucana Aleika Barros foi eleita na noite deste sábado (12), aos 35 anos, a segunda mulher trans mais bonita do mundo no concurso Miss Trans Star, em Barcelona, na Espanha. O primeiro lugar, entre as 25 concorrentes, foi ocupado pela miss Chile, Vanessa Lopez. Este ano, na quarta edição do certame, Aleika competiu representando a Grécia, pois o lugar do Brasil já havia sido ocupado.

Esta é a segunda vez em que a pernambucana é eleita a vice mais bela. Em 2007, ela foi a primeira brasileira a subir no pódio do concurso Miss International Queen, na Tailândia. Lá, a trans também garantiu a segunda colocação. Entre as vitórias nacionais, Aleika foi eleita Miss Brasil Transexy, em 2002, Miss Trans Norte e Nordeste, em 1999, e Miss Trans Pernambuco, em 1998.

"A mensagem que deixo para quem acompanhou minha trajetória é que nunca deixem de acreditar! Por diversas vezes, pensei em desistir, porque surgiram comentários muitos ruins a meu respeito. Mas, ao final, já estava inscrita e fui representar não somente a Grécia, mas as trans do Brasil e de Pernambuco", escreveu Aleika em sua página do Facebook, na manhã desta terça-feira (15). A maquiadora e cabeleireira pernambucana, que mora no centro do Recife, está fora do País. Ela diz que só volta para casa no final de novembro, após concorrer ao prêmio do Miss Universo Trans 2015, na cidade de Perugia, na Itália.

DESABAFO

Militante dos direitos das pessoas transexuais e travestis no Brasil, Aleika afirmou ao Jornal do Commercio que o grande objetivo das participantes de concursos de beleza trans é dar visibilidade à comunidade transexual de todo o mundo, pois ainda há muita discriminação. "O intuito desses concursos é dar voz ao coletivo trans, que ainda hoje vive às margens da sociedade e passa por bastante situações de desconforto social. Ainda ficamos sem acesso a direitos básicos e sem grandes oportunidades dentro do mercado de trabalho formal. Os governos deveriam, sim, lutar para garantir os nossos direitos", defendeu Aleika.

Perguntada sobre sua opinião em relação à transfobia na cidade onde vive, o Recife, a maquiadora acredita que a falta de conhecimento e informações é a principal causa do preconceito. E que o problema se estende por todo o Brasil. "Somente em 2015, perdemos mais de 80 pessoas transexuais e travestis, segundo as recentes pesquisas. E sabemos que boa parte dos casos é motivada pelo preconceito", lamentou.

Como solução, Aleika acredita que a inclusão de questões de gênero e diversidade sexual na educação básica do País pode ajudar a diminuir as estatísticas de morte por homofobia e transfobia. "Podemos notar que, nos diversos estados do Brasil, essa discussão sobre gênero nas escolas foi barrada e isso atrapalha bastante no esclarecimento da sociedade. Impede uma educação pautada para todas as pessoas. Impede a formação de pessoas que aceitem as diferenças e lutem contra o preconceito", opinou. "Apenas nas escolas, acredito que o número de crianças e jovens que sofrem bullying e chegam a pensar em suicídio ainda é alarmante. Evitar isso é um papel do governo", finalizou Aleika Barros.

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