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PercPan, em sua 21ª edição, traz percussão do mundo a Salvador

Lucas e a Orquestra dos Prazeres ser´uma da atrações do festival

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 17/01/2017 às 12:24
foto: divulgação
Lucas e a Orquestra dos Prazeres ser´uma da atrações do festival - FOTO: foto: divulgação
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O Panorama Percussivo Mundial (PercPan), nascido em Salvador em 1994, chega a 21ª edição (de 18 a 21 de janeiro), renovado. Criado pela socióloga baiana Beth Cayres, o PercPan levou ao palco do Teatro Castro Alves alguns dos nomes mais importantes da percussão mundial, chegou a ter uma edição em Paris (em 2000, quando chegou inesperadamente ao Marco Zero,no Recife. Suas ultimas edições foram mais modestas, porém em 2017 traz uma progamação diversificada, oxigenada por grupos de países como a Mongólia (Khusugtun, grupo vocal), Polônia (Duo Glass), República Democrática do Congo (Staff Benda Bilili).
O curador do festival, Alê Siqueira, diz que trabalha com um conceito para cada noite, quando o PercPan ganha um subtítulo, o palco dividido por músicos que comunguem de afinidades entre si. O jornalista Hagamenon Brito, crítico de música do Correio da Bahia, assina a direção musical. O PercPan, que já teve Naná Vasconcelos e Gilberto Gil como mestres de cerimônia, tem este papel cumprido agora por Seu Mateus Aleluia, do lendário grupo Os Tincoãs, grupo vocal de Cachoeiro, no Recôncavo Baiano (depois de Gil e Naná, o mestre de cerimônia foi por alguns anos Marcos Suzano).
O festival foi ao longo dos anos reformulando-se. Antes restrito basicamente a apresentações no teatro Castro Alves, e encontros entre músicos estrangeiros e baianos, geralmente, no Candeal, a programação de 2017 acontece no teatro, mas também no Pelourinho, e na UFRB, em Santo Amaro, no Recôncavo, onde haverá encontros e debates sobre percussão, que abrirá a edição deste ano do PercPan, amanhã. No dia seguinte começa a bateria de apresentações no Teatro Castro Alves, batizada de RIME – Ritmo e Melodia. “Será uma noite com ênfase na música ritmada de natureza mais delicada, melódica e intimista, propondo uma reflexão estética sobre o tema e fazendo um contraponto às características normalmente atribuídas ao universo percussivo”, comenta Alê Siqueira.
Uma noite de sons mais suaves e sutilezas, uma trinca de grupos internacionais, abrindo com o polonês GlassDuo, com dois músicos da Orquestra Sinfônica de Gdansk, Anna e Arkadiusz Szafraniec. A dupla torna o trivial em arte, extraem de taças de cristal, ou Glass Harp, com até cinco oitavas de alcance. O duo apresenta-se tanto apenas em dois, como acompanhado de quartetos de cortas ou orquestras com quartetos de cordas e orquestras, entre outras. Na mesma noite, toca cantora, compositora Sona Jobarteh, nascida na Inglaterra, e descendente de uma das cinco mais importantes famílias Griot da Gâmbia, cujos membros são os únicos autorizados a tocar o Kora, harpa africana com 21 cordas.
A segunda, intitulada, INCLUA, reúne grupos nascido de projetos sociais, entre os quais está o Trio MultiFaces, formado pelos percussionistas David Martins, Aquim Sacramento e Fábio Santos, Projeto Neojibá, desenvolvido pelo Maestro Ricardo Castro, de alcance nacional. O trio mistura a percussão baiana, de outras regiões. Do interior de São Paulo vem o Grupo de Referência de Ourinhos, oriundo do projeto Guri, do Governo do Estado de São Paulo. O grupo explora os mais diversos instrumentos percussivos, pandeiro, marimbas, vibrafones, xilofones, glockenspiel e congas, com participação especial do percussionista Ari Colares. Por fim, o Coletivo Rumpilezzinho, surgido da Orkestra Rumpilezz, e regido pelo maestro Letieres Leite.
CELEBRE, chama-se a noite de encerramento do PercPan, com palco armado no Terreiro de Jesus, no Pelourinho. Abrindo com o samba do de roda, e o show Roberto Mendes – O samba antes do samba. Mendes é de Santo Amaro da Purificação, e um dos principais nomes deste gênero de samba baiano, trazendo para seu espetáculo, uma referência na região seu João do Boi, de 72 anos, e um grupo de crianças do Recôncavo. E aí o couro vai comer, com os pernambucanos Lucas e a Orquestra dos Prazeres, do Morro da Conceição, estreando em terras baianas, o Staff Benda Bilili, do RD do Congo, formado por ex-moradores de rua. E por fim, o grupo espanhol Patax, liderado pelo baterista e percussionista Jorge Pérez.

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