Legado

Catálogo reúne obras de grandes mestres mantidas pela UFPE

Projeto busca preservar a memória e divulgar o patrimônio cultural

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 15/03/2018 às 18:31
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Projeto busca preservar a memória e divulgar o patrimônio cultural - FOTO: Reprodução
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O Centro Cultural Benfica, localizado em um casarão do século 19 no bairro da Madalena, guarda obras de alguns dos artistas plásticos mais expressivos de Pernambuco. A preciosa coleção, desconhecida por muitos, faz parte do acervo da Universidade Federal de Pernambuco e ajuda a montar (e preserva) um rico panorama da arte no Estado. Grande parte desses trabalhos, assim como peças encontradas em diferentes espaços da instituição de ensino agora estão registradas no catálogo Universidade Federal de Pernambuco: Patrimônio Artístico em Exibição, que é lançado hoje, às 18h30, no Benfica. Na ocasião, também é aberta a exposição Moças, Velhas, Santas, Loucas: Representatividade Feminina no Acervo da UFPE.

Fruto do projeto de extensão Inventário do Patrimônio Artístico-Cultural Tangível da UFPE, coordenado por Emanuela Ribeiro, professora do departamento de Museologia, o catálogo reúne obras de diferentes linguagens, como pintura, gravura, escultura e painel. Esses trabalhos podem ser encontrados no Centro Cultural Benfica, no Centro de Ciências Jurídicas, no Centro de Artes e Comunicação e no Memorial Denis Bernardes.

“Estamos debruçados sobre esta pesquisa desde 2010. A princípio, por conta própria, por nosso interesse como pesquisadores, mas, desde 2016, como parte das comemorações pelos 70 anos da universidade, passamos a desenvolver esse papel mais institucional, com a função de identificar e se responsabilizar pelos bens culturais. No catálogo, que é o primeiro resultado que apresentamos ao público, fizemos uma pincelada muito rápido, pontual, com as obras de arte, mas há muito a ser explorado, como mobiliário, instrumentos científicos e equipamentos de ensino, por exemplo”, explica Emanuela.

As obras encontradas propiciam um olhar diversificado sobre a arte do final do século 19 ao início do século 21. Há trabalhos de mestres como os irmãos Fédora e Vicente do Rego Monteiro, Mário Nunes, Baltazar da Câmara e Reynaldo Fonseca. De Francisco Brennand, a universidade possui o ilustre painel Juventude Estudiosa, da década de 1970, originalmente em azulejo pintado e substituído em 1996 por um painel de cerâmica vitrificado. A obra fica localizada na fachada do prédio principal da reitoria. Estão presentes também trabalhos da coleção da Oficina Guaianases, considerada um marco na história da gravura no Estado, com criações de Gil Vicente, Paulo Bruscky, Gilvan Samico, Tereza Costa Rego, entre outros.

“Nosso objetivo primeiro é o de trazer esse legado ao conhecimento do público. Você não pode preservar o que desconhece. Essas obras ajudam a contar nossa história e a aquisição delas é fruto de um esforço coletivo. Vários desses trabalhos foram produzidos na Escola de Belas Artes e também adquiridos por diretores do Departamento de Extensão Cultural (DEC), como Ariano Suassuna e Marcus Accioly”, reforça.

OLHARES SOBRE O FEMININO

A exposição Moças, Velhas, Santas, Loucas: Representatividade Feminina no Acervo da UFPE expõe algumas das obras do acervo a partir de um recorte que privilegia o trabalho de artistas mulheres, como Fédora do Rego Monteiro, Lídia de Tracunhaém e Ana Lisboa. Também estarão expostos quadros de Gilvan Samico, Baltazar Câmara e Gil Vicente. A intenção é provocar uma reflexão sobre a presença (e também a ausência) das mulheres nos acervos e coleções públicas de arte.

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