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Gigantes da música nordestina pela primeira vez no mesmo palco

Banda de Pau e Corda, Quinteto Violado e Som da Terra juntos

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 28/04/2018 às 8:42
foto: Sergio Bernardo/JC Imagem
Banda de Pau e Corda, Quinteto Violado e Som da Terra juntos - FOTO: foto: Sergio Bernardo/JC Imagem
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Quinteto Violado, Banda de Pau e Corda e Som da Terra se apresentam hoje, pela primeira vez juntos, no Teatro Guararapes, às 21h, num show batizado de Encontro de Gigantes. Os três grupos têm uma ligação estética que surgiu com os violados, com os quais as outras duas bandas são aparentadas.

 A Banda de Pau e Corda surgiu influenciada pelo QV, e foi Toinho Alves quem lhe sugeriu o nome. Som da Terra, fundada por Paulinho, integrante da Banda de Pau e Corda em seu início, deve seu nome ao título de um show que o Quinteto Violado fez com a Banda de Pífanos, em 1974, em Caruaru, e no Mosteiro de São Bento.

 O Quinteto Violado tornou-se a sensação da MPB antes mesmo do primeiro LP, pela Phillips (atual Universal Music), e foi um dos raros exemplos de artistas a gravarem álbum sem passar antes pelo compacto. Espalhou pelo país uma música que, até então, estava restrita a Pernambuco, temas do cavalo-marinho, da ciranda, indígenas, com uma roupagem moderna e viés jazzístico. Assim como Chico Science duas décadas mais tarde, influenciou músicos de vários Estados e, claro, os locais.

 No ano seguinte ao sucesso do Quinteto, surgiria a Banda de Pau Corda, que fez suas apresentações iniciais, no Olho Nu, bar aberto na Conde da Boa Vista pelos integrantes do QV, com o empresário Pedro Souza (pai do atual empresário do grupo, também chamado Pedro Souza). A Banda de Pau & Corda atraiu logo a atração de gravadoras do Sudeste e foi contratada pela RCA, com toda pompa que a época permitia. O álbum de estreia teve capa de Lula Cardoso Ayres e texto de contracapa de Gilberto Freyre.

 A Som da Terra lançou o disco inicial em 1977, depois de um “estágio” de dois anos no Veneza, casa de shows na Avenida Norte, onde era a principal atração. Um de seus show mais badalados foi com o cantor Paulo Diniz, pesqueirense que fazia muito sucesso nacionalmente.

A ideia de reunir os três grupos no Encontro de Gigantes foi de Rominho da Som da Terra: “Achamos o convite de Rominho muito interessante, porque marcamos um momento da música de Pernambuco que teve reflexo nacional. A leitura do Quinteto Violado para a música nordestina foi um divisor de águas, porque acabou com o preconceito que havia com a música daqui”, comenta Marcelo Melo, um dos fundadores do QV.

 “Ninguém faz nada só, por isso acho que juntar esses três grupos pernambucanos vai ser realmente histórico. Está sendo um momento bom pela amizade que a gente tem e uma oportunidade de mostrar esse carinho. Temos que expor nosso trabalho para que os mais jovens também conheçam a essência da nossa cultura”, confirmou Rominho.

 REPERTÓRIO

 Mais de quatro décadas, com carreira e discografia longas, os grupos vão se concentrar nas músicas mais representativas de suas trajetórias, incluindo as de “meio de ano” e as carnavalescas. Duda no Frevo (Senor), do Quinteto Violado; Viva o Recife (“O Recife acordou/deu bom dia e encontrou/todo povo nas ruas, nas praças...) e Balanço o Saco são os grandes sucessos do Som da Terra. Os três grupos contribuíram para a revitalização do Carnaval do Recife nos anos 70. Um show que repassa um capítulo importante da música brasileira, em geral, e pernambucana, em particular.

Show Encontro de Gigantes, com Quinteto Violado, Banda de Pau e Corda e Som da Terra, hoje, às 21h, no Teatro Guararapes. Ingressos: R$ 60 e R$ 30. Fone: 3182-8000

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