Cantor e ativista Bob Geldof acusa líder birmanesa de limpeza étnica

O cantor irlandês Bob Geldof devolveu nesta segunda-feira (13/11) uma condecoração da cidade de Dublin que também foi recebida por Aung San Suu Kyi, em protesto contra a "limpeza étnica" que, em sua opinião, a líder birmanesa estaria promovendo contra a minoria rohingya.

"Não desejo estar associado, de nenhuma maneira, com uma pessoa envolvida atualmente na maciça limpeza étnica do povo rohingya", afirmou ele, em um comunicado.

O cantor foi hoje à prefeitura da cidade para devolver a condecoração Freedom of the City of Dublin, que a capital irlandesa lhe concedeu em 2005 - e a Aung San Suu Kyi, em 1999.

"Dublin não deveria ter qualquer relação com esta mulher. Nos enganou, é uma assassina", afirmou.

Geldof também pediu que a birmanesa, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1991, devolva a distinção. Segundo o ativista, "talvez devesse ser convocada aos tribunais de Haia".

Aung San Suu Kyi

A dirigente birmanesa é muito criticada por sua falta de empatia com a minoria muçulmana dos rohingyas, uma das mais perseguidas do mundo.

Quase 900 mil rohingyas vivem atualmente em condições insalubres em acampamentos no sul de Bangladesh. No fim de agosto, mais de 600 mil fugiram de Mianmar.

Cantor e ativista, Bob Geldof se tornou conhecido em todo o planeta com a campanha Band Aid, criada em 1984 para arrecadar dinheiro para ajudar a população na Etiópia, dizimada pela fome.