SAÚDE

Mortes e acidentes evitáveis ainda atingem trabalhadores

No dia mundial dedicado ao combate desses problemas, entidades fazem o alerta

Do JC Online
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Publicado em 28/04/2014 às 14:00
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Pelo menos 265 pessoas morreram em Pernambuco nos últimos quatro anos enquanto trabalhavam ou em decorrência de acidentes e doenças de trabalho. É como se um avião tivesse caído e falhas e omissões humanas tivessem permitido que essa tragédia acontecesse. Hoje, Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, órgãos e entidades de defesa do direito do trabalhador querem evidenciar ainda mais a gravidade desses números e evitar que eles aumentem.

A agenda do dia começou com um ato público na praia do Pina, Zona Sul do Recife, capitaneado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta). O objetivo é sensibilizar e conscientizar os empresários do setor sobre a importância da proteção coletiva e da capacitação dos profissionais. Às 9h, foi realizada a palestra de encerramento do Movimento 28 de Abril, formado por diversas entidades públicas e sindicais, cujo tema é Trabalho Terceirizado e Sofrimento Mental, no auditório da Fundacentro, no Torreão (Zona Norte).

Infográfico

Panorama dos acidentes de trabalho em Pernambuco

MORTES - A seriedade do tema é mundial. Dados da Organização Mundial do Trabalho (OIT) mostram que um trabalhador morre a cada 15 segundos no mundo, em acidentes ou de doenças relacionadas com o trabalho – são mais de dois milhões de pessoas por ano. A situação também é preocupante em Pernambuco. Segundo números do Anuário Estatístico de Acidente do Trabalho (Aeat) 2012, da Previdência Social, pelo menos 20.617 tiveram a saúde afetada por motivos relacionados ao trabalho no Estado em 2012.

Os dados de 2013 não foram publicados ainda, mas, números da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE PE) mostram que, no ano passado, no mínimo 81 pessoas foram vítimas de acidentes. Os dados são incompletos porque nem sempre os acidentes ou adoecimentos são registrados. Além disso, falta estrutura da SRTE PE para investigar todos eles; por isso a distância entre as informações da superintendência e da Previdência Social (veja infográfico), que, nos casos registrados, é notificada automaticamente pelas empresas, enquanto os órgãos ligados ao Ministério do Trabalho precisam esperar essas informações da Previdência. 

Esse contexto aumenta a importância da denúncia. “Se o empregado entender que a situação é perigosa, deve exigir a proteção e a orientação necessárias”, orienta a auditora fiscal do trabalho Simone Holmes. Ela também aconselha que o empregado procure a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e faça denúncia na SRTE PE (clique aqui para ver telefone, e-mail).

 

Leia mais na edição desta segunda do Jornal do Commercio.

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