As questões discursivas, presentes nos mais variados concursos públicos das esferas municipal, estadual e federal, costumam assustar muitos concurseiros. O espaço em branco e as linhas a serem preenchidas exigem que o candidato consiga empregar o conhecimento técnico aliado ao poder de síntese, interpretação de texto e domínio das normas gramaticais.
“Uma das alunas do preparatório saltou da 28º colocação para a 17º graças à nota das discursivas. Outra aluna estava em sexto lugar e, quando a nota dessas questões foi divulgada, ela conquistou a aprovação. As discursivas ajudam o concurseiro que estudou e contribuem também na peneira das seleções, eliminando quem está fazendo aquela prova para tentar a sorte”, afirma o professor de português Heber Vieira. Ele acrescenta ainda que o estudo para as discursivas requer uma preparação específica. “Há uma grande diferença entre as discursivas e a redação. A redação segue um padrão, enquanto as discursivas trabalham, normalmente, com até 15 linhas. O ideal é que o candidato responda em dois parágrafos e sempre seguindo o texto base, que geralmente vem no enunciado”, diz.
Diferentemente da redação, cujo tema é conhecido apenas na hora da prova, as questões discursivas sempre trazem uma temática solicitada no edital. Desse modo, ao estudar para a prova objetiva, o candidato também está se preparando para as questões discursivas. Para ajudar a reter as informações durante os estudos, fazer anotações é uma dica valiosa, assim como a leitura e resolução de questões de certames anteriores. Esse método faz com que o candidato tenha um noção melhor dos conteúdos que geralmente são mais cobrados.
Para o professor, a dificuldade que muitos candidatos enfrentam durante a resolução das questões discursivas é meramente a necessidade de escrever. Segundo ele, muitos concurseiros sabem a resposta, mas não conseguem expressá-la corretamente ao responder. “A falta de leitura é um problema crônico. Os candidatos que não têm o hábito de ler não sabem o que colocar, não têm conteúdo”, afirma o professor Heber Vieira. “Insegurança, nervosismo e ansiedade são algumas das possíveis causas para essa dificuldade. Antes de tudo, respire, recomponha a calma e só continue a responder quando conseguir se concentrar”.Ele acrescenta que o candidato, muitas vezes guiado pela pressa e pela tensão do momento, tende a não ler o enunciado com a devida atenção e na pressa de escrever o que sabe, acaba redigindo um texto sem linearidade e confuso.
O professor recomenda ainda a formação de grupos de estudos, que promovam discussões sobre os assuntos do certame, especialmente para ajudar a resolver as questões dissertativas.
