Academias

Mercado de trabalho aquecido para profissional de educação física

Academias não estão sofrendo com a crise e precisam de professores habilitados para funcionar

Yasmin Freitas
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Yasmin Freitas
Publicado em 20/06/2016 às 9:56
Foto: Hugo Elihimas/Divulgação
Academias não estão sofrendo com a crise e precisam de professores habilitados para funcionar - FOTO: Foto: Hugo Elihimas/Divulgação
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O grande número de academias fazendo sucesso mesmo em meio à crise econômica e a crescente preocupação das pessoas com a estética e a saúde mostram que existe uma boa oportunidade para o profissional de educação física. Para se ter ideia, o Brasil é o segundo país com maior número de estabelecimentos do setor em todo o mundo, com 31 mil espaços e 7,9 milhões de clientes no país, perdendo apenas para os Estados Unidos. No ano passado, o faturamento das academias atingiu cerca de R$ 9,6 bilhões.

Por lei, estabelecimentos só podem operar e se registrar no conselho da área se tiverem um professor habilitado. De acordo com o Conselho Regional de Educação Física da 12ª Região Pernambuco e Alagoas (CREF12/PE-AL), existem cerca de 400 academias só na Região Metropolitana do Recife (RMR). Para atuar, é preciso ter bacharelado na área.

“É um mercado que está crescendo a cada dia. Hoje, existem academias em prédios, em clubes, o treinamento funcional em praias e o personal trainer independente. Para atuar nessas áreas, é preciso ser bacharel em educação física. Quem fez a licenciatura só pode trabalhar em escolas. Atualmente, temos mais de 8 mil profissionais registrados”, afirma o assessor técnico de Fiscalização do CREF12/PE-AL, André Souza.

Além da formação em educação física, é imprescindível estar sempre atualizado com as novas tendências do mercado e ser multifacetado, sabendo atuar em mais de uma área. “Trata-se de uma formação que foi regularizada há pouco tempo, então, apesar da grande oferta de profissionais, poucos são capacitados. Muitas vezes, não há busca por expansão do conhecimento, e sim uma certa acomodação”, opina o gerente operacional da academia Bodytech, Jésus Felício.

A personal trainer Joana Barros concorda. “Atualmente, o mercado está saturado devido ao aumento das ofertas do curso em mais universidades. Daí vem a necessidade de se destacar em algo e ser muito bom no que faz, porque as pessoas estão mais exigentes devido principalmente à informação acessível nas redes sociais”, explica a profissional.

Sobre o mercado, Joana também afirma que percebeu aumento de 60% na procura por personal trainer nos últimos dois anos. A preferência pelo treino particular faz parte da preocupação com a saúde. “Muita gente alega procurar um personal para mais estímulos motivacionais, resultados mais rápidos com treinos curtos e segurança, além de ter a opção de se exercitar sem sair de casa”, comenta. A profissional destaca, ainda, que, hoje, todos os seus alunos treinam em casa e que o mercado fitness não foi tão afetado como outras áreas, apesar de as pessoas estarem buscando opções para economizar, como os treinamentos em grupo.

E por falar em treinamento em grupo, este é outro campo de atuação interessante que tem crescido e oferecido muitas possibilidades aos profissionais da educação física. Modalidades como o ballet fitness, que combina técnicas da dança clássica com ginástica, e o crossfit, um programa para melhorar o condicionamento físico, a força, a resistência cardíaca e muscular, entre outros, têm causado bastante interesse no público em geral. “Ainda há poucos professores capacitados para atuar neste segmento, que tem remunerado bem e garantido boas oportunidades”, ressalta o gerente operacional da Bodytech.

Financeiramente falando, a remuneração dos profissionais da área podem variar de R$ 40/hora (em academias de menor porte) a R$ 100 pelo mesmo período de tempo, caso o profissional trabalhe em uma empresa maior e seja mais qualificado.

Gestão de imagem atrai clientes - Cada vez mais, o profissional da área de educação física necessita compreender conceitos básicos de gestão de carreira, marketing, vendas e também se preocupar com seu perfil comportamental, principalmente caso se trate de um personal trainer, que depende especialmente de sua imagem para captar novos clientes.

“O educador físico precisa se imaginar como uma empresa de fato, bem como construir uma marca forte para que possa aumentar seu número de alunos e, consequentemente, seus ganhos”, opina o professor do Departamento de Educação Física da Faculdade dos Guararapes (FG) e personal trainer na academia R2 Thiago Borges. Para Thiago, tão importante quanto a apresentação é a capacidade do profissional de fazer networking e desenvolver novas relações para ampliar seu leque de possibilidades.

Pensando nisso, além do contato rosto a rosto, muitos educadores físicos acabam criando perfis de redes sociais, principalmente no Instagram, no Facebook e no Snapchat, para divulgar seu trabalho e construir novas pontes profissionais. É o caso do personal trainer e consultor Hadley Marlon, que mantém um perfil no Instagram constantemente atualizado (@hadleymarlon). “Eu trabalho em academia e também tenho meus alunos por fora. Hoje, um único aluno que eu atendo durante três vezes por semana, fora do horário regular das aulas, garante grande parte da minha renda. E o Instagram funciona como uma forma de apresentar meu trabalho e trocar orientações com quem acompanha”, afirma.

As redes sociais também são úteis para Hadley atender clientes de sua consultoria, em que desenvolve planos de treinos para interessados em praticar exercícios físicos, mas que não necessariamente desejam acompanhamento contínuo. “Posso prescrever um plano de exercícios para alguém em São Paulo só por causa das redes sociais”, diz. 

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