Ensino técnico

Expectativa e promessa de apoio aos técnicos brasileiros em Leipzig, Alemanha

Grupo de 41 brasileiros participa de torneio internacional de ensino técnico

* Maria Luiza Borges
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* Maria Luiza Borges
Publicado em 07/07/2013 às 7:49
Fotos: Maria Luizya Borges7JC
FOTO: Fotos: Maria Luizya Borges7JC
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O clima era de muita expectativa entre os 41 competidores brasileiros da Worldskills 2013, na manhã deste domingo, em Leipzig, na Alemanha Eles passaram os últimos meses numa preparação intensiva para participar da versão mundial da Olimpíada do Conhecimento. Muitos tiveram que deixar suas casas, morar em outra cidade por meses, repetir à exaustão as rotinas técnicas que teriam que fazer ao lado de centenas de competidores de todo o mundo.
Enquanto aguardavam o anúncio dos vencedores - o Brasil, na última edição do evento, ficou em segundo lugar geral no quadro de medalhas - eles não conseguiam esconder a ansiedade. Muitos estão confiantes, como Ricardo Vivian, do CEP/Senai de Porto Alegre. "Acho que dá para ficar entre os cinco primeiros. Estou brigando por uma medalha", apostava o design gráfico de 20 anos que passou os últimos meses em São Paulo. "O nível da competição é muito alto, mas tivemos uma excelente estrutura para trabalhar", comentou. Independentemente do resultado, ele faz muitos planos para o futuro: "Quero fazer um intercâmbio na Austrália, Londres ou Nova York, para reforçar o inglês", diz. E quer ajudar outros que, como ele, apostaram no ensino técnico. "Penso em ser instrutor do Senai. Quero ajudar a formar competidores para os próximos Worldskills. E no futuro quero montar um escritório de design", diz.

Fotos: Maria Luizya Borges7JC
Renata, a mais nova do grupo, teve que aprender a manejar seu equipamento em uma hora - Fotos: Maria Luizya Borges7JC
Arthur, Daniel e Arivaldo, de Bauru, nem notaram que o ex-presidente Lula os visitou -
Danilo, de Mossoró, tem planos de viajar a Londres e cursar faculdade de engenharia -
Leandro, ex-aluno do Senai Pedrolina, passou os últimos anos dedicado a se preparar para o torneio -
O gaúcho Ricardo quer treinar competidores para os próximos Worldskills -


Outros ainda não têm muito claro o que querem fazer nos próximos meses - afinal, são todos muito jovens, mal acabaram seus cursos técnicos. Leandro Oliveira, 20 anos, ex-aluno do Senai de Petrolina, está ansioso, mas ainda não sabe que rumo vai tomar. "Treinar para essa competição foi minha vida nos últimos anos. Não sei o que vou fazer quando acordar amanhã", comenta. Entre os 31 participantes da sua área - instalações elétricas - ele considera que 10 tinha um nível altíssmo. E se inclui entre eles. "Executei tudo o que treinei. Tive alguns problemas, mas acho que os superei", acrescenta.
Outra que enfrentou um problemão logo de cara foi a caçulinha do time, Renata da Silva Santos, de apenas 17 anos. Técnica em joalheria, descobriu na véspera da competição que não poderia usar o maçarico brasileiro com que fez todo o seu treinamento. Teve uma hora para aprender a manejar o equivalente alemão. "Foi muito bom. Aprendi a me superar", disse.
E para quem pensa que o material alemão supera o brasileiro, o depoimento do potiguar Danilo Silva. 22 anos, do Senai de Mossoró, é esclarecedor. No Brasil, treinei com máquinas mais automatizadas. O equipamento de soldagem que usei aqui era muito mais manual", disse. Danilo competiu na área de estruturas metálicas e, segundo seus colegas, saiu-se muito bem diante de quase 30 concorrentes. Ele é mais modesto, mas está confiante. Para o futuro próximo, quer fazer um intercâmbio em Londres e faculdade de Engenharia Mecânica. "O presidente falou que vai dar apoio, né?".
O "presidente"  a que ele se referia era Robson Braga de Andrade, da Confederação Nacional das Indústrias. Ele abriu o café da manhã com os competidores, saudou todos um a um e garantiu que aqueles que se interessarem terão bolsas da entidade para seguir com os estudos ou fazer intercâmbios fora do país. E elogiou a concentração de todos durante o evento.
E nesse quesito, os rapazes e moças são mesmo impressionantes. O trio do Senai de Bauru - Arthur Oliveira, Daniel Minutti e Arivaldo Jr. Donato - é um bom exemplo. Competidores da área de Manufatura Integrada, só acreditaram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não só visitou como passou uns cinco minutos na frente do estande deles quando assistiram ao vídeo. "A gente não conseguia relaxar. Eram sete horas diárias de tarefas a cumprir e, ao chegar ao hotel, a gente ainda ficava planejando o dia seguinte. Neste domingo, mais aliviados, os tres seguiram com os colegas da delegação para, finalmente, passear pela cidade de Leipzig, cheia de parques e igrejas seculares. Isso para ver se o tempo passava mais rápido até o anúncio dos vencedores em cada categoria, que aconteceria à noite, no Centro de Convenções de Leizig, a 15 minutos do centro da cidade.

* Viajou a convite da CNI

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