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FMI se reúne, a partir desta sexta-feira, para destravar baixo crescimento mundial

Conforme o próprio Fundo, o ano de 2014 praticamente está se encerrando com crescimento mundial projetado em apenas 3,3%

Do JC Online
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Publicado em 10/10/2014 às 14:26
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O Fundo Monetário Internacional (FMI), inicia nesta sexta-feira (10), em Washington,  reunião para desatar o nó da crise econômica global, iniciada em 2008. O encontro deve buscar soluções para que os países superem o baixo crescimento da economia global, disse – em entrevista por telefone  à Agência Brasil - o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Comzendey.

“Acho que a discussão vai girar em torno (da busca de respostas para a crise). O que (se deve fazer) para reagir. Acredito que a discussão estará centrada na conjuntura. Ou seja, na verificação de que a expectativa que havia no início do ano de um crescimento mais forte de uma economia global, que não se realizou, (exige ação)".

Conforme o próprio Fundo, no relatório World Economic Outlook, divulgado esta semana, o ano de 2014 praticamente está se encerrando com crescimento mundial projetado em apenas 3,3%. A revisão das previsões ocorre em razão de o crescimento na primeira metade de 2014 ter sido inferior ao projetado, refletindo série de "surpresas negativas", incluindo o desempenho relativamente fraco dos Estados Unidos, o crescimento modesto na zona euro e a progressão da economia nipônica abaixo do previsto.

Comzendey lembrou que, durante toda a semana, os economistas do FMI e a própria diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, alertaram sobre a necessidade de os países adotarem medidas para retomar o crescimento. “Claramente (o FMI) está demonstrado que há uma frustração da expectativa de crescimento da economia mundial. Mesmo os Estados Unidos, (que vêm se recuperando, tem seus percalços:) em março, o país tinha uma previsão de crescimento de 2,9%, agora já é 2,2%”, destacou.

No caso do Brasil, o FMI reduziu para 0,3% estimativa de crescimento em 2014, abaixo da estimativa do governo de 1,8, defendida pelo governo até setembro, e revisada, desde então, para 0,9%.

“A economia cresceu pouco no primeiro semestre, como a gente sabe, mas está se recuperando agora. Comparativamente, (tendo em vista a performance de) outros países, a gente vê que há uma queda das expectativas (em relação ao Brasil, mas) quase todos os países foram revisados para baixo. (Há) muito pouca análise para cima, como é o caso da Índia. A maioria das previsões mostram a expectativa de crescimento para baixo e o Brasil está nesta mesma direção”, avaliou Comzendey.

Ele admitiu que é importante, sim, os investimentos em infraestrutura, consensual no Brasil, por ser “um dos nós do crescimento do país”. E acrescentou: “O governo vem fazendo, o que qualquer governo (faria)”, disse.

Além do encontro do FMI e do Banco Mundial, o grupo G-20 (que reúne as maiores economias do planeta) agendou reuniões em Washington. Segundo Comzendey, hoje haverá encontro dos países que lideram a economia mundial para preparar o encontro de cúpula que acontece na Austrália, em novembro. O secretário observou que devem ser feitos ajustes finais sobre os termos da proposta para a iniciativa global de infraestrutura. “O G20 aprofundou neste ano esta discussão com o objetivo de encontrar caminhos para melhorar a infraestrutura, com a melhora dos investimentos públicos e atração de investimentos privados para a infraestrutura”, disse.

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