O dólar fechou com leve alta nesta terça-feira (29), contrariando a forte desvalorização observada perante várias divisas de economias emergentes ou ligadas a commodities. A depreciação da moeda americana no mundo foi motivada pela fala da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Janet Yellen, considerada "dovish" (suave) e, portanto, menos propensa a novas altas dos juros nos Estados Unidos. Segundo operadores, a contrariedade no comportamento do dólar ante o real aconteceu, principalmente, por conta do sucesso do Banco Central (BC) na realização dos leilões de swap reverso nesta terça-feira.
O dólar à vista fechou em alta de 0,31%, cotado a R$ 3,6357. A oficialização da saída do PMDB da base aliada do governo Dilma Rousseff não gerou pressão de baixa na cotação. O motivo, segundo profissionais do mercado de câmbio, foi o fato de muitos investidores já terem desmontado posições compradas em dólar para se antecipar ao já previsto desembarque do partido do vice-presidente da República, Michel Temer.
Nesta terça-feira, o BC vendeu 19.520 contratos (US$ 963,5 milhões) no leilão de swap reverso. O número é quase a totalidade da oferta, conforme destacaram alguns operadores. "Foram quase 20 mil lotes, isso é muita coisa", comentou um profissional. "Se não fosse o swap reverso, o dólar teria espaço para cair novamente hoje", completou ele. A operação de swap reverso equivale à compra de dólares no mercado futuro.