Preços

Inflação na RMR fura teto da meta estabelecida pelo governo federal

Meta de 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para cima e para baixo, foi superada no Recife, Fortaleza, Salvador e Belém

Do JC Online
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Publicado em 10/04/2013 às 9:22
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Meta de 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para cima e para baixo, foi superada no Recife, Fortaleza, Salvador e Belém - FOTO: Foto: Hélia Scheppa / JC Imagem
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O teto da meta inflacionária já foi ultrapassado em 4 - Recife, Fortaleza, Salvador e Belém - das 11 regiões pesquisadas pelo IBGE para o cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A meta de inflação é 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para cima e para baixo. Em fevereiro, a taxa acumulada em 12 meses em cada um desses locais, todos no Norte e Nordeste, rodava com aumentos de preços em nível bem acima do teto de 6,5% estipulado pelo governo.

O que demonstram os dados do IBGE é que, regionalmente, a inflação acumulada até fevereiro já superou a meta no Recife (7,44%), em Fortaleza (8,31%), Salvador (7,05%) e Belém (8,75%). A causa principal é o encarecimento da mandioca. O teto da inflação nessas regiões metropolitanas do Norte e Nordeste foi ultrapassado há alguns meses. O teto foi superado em Belém ainda em outubro de 2012, quando a inflação atingiu 7,06%. No Recife, a inflação acumulada em 12 meses roda acima do limite também desde outubro, quando chegou a 6,87%. Em Fortaleza, desde dezembro de 2012, ao atingir 6,7%, enquanto, em Salvador, a taxa ficou em 6,74% em janeiro.

Com a antecipação da disputa eleitoral à Presidência da República, a inflação nessas cidades é motivo de preocupação econômica e também política. A entrada do governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), no jogo, em 2014, e a disparada de preços na Região Metropolitana do Recife elevam a importância do controle da inflação no Nordeste na campanha eleitoral.

Economistas consultados pela Agência Estado previam na terça-feira (9) que o IPCA de março, que será divulgado nesta quarta-feira (10), ultrapassaria a meta. Para a maioria esmagadora das 45 instituições financeiras consultadas, o indicador ficaria entre 6,5% e 6,7%. Se o IPCA superar o teto no acumulado em 12 meses, será a primeira vez que isso acontecerá desde novembro de 2011, quando a taxa foi de 6,64%. Em dezembro de 2011, a mesma taxa bateu em exatos 6,5% e, por pouco, o número, que representou o equivalente ao acumulado daquele ano, não superou o limite tolerado dentro da banda de inflação.

Na véspera da divulgação do IPCA de março, as taxas futuras de juros, principalmente de curto prazo, voltaram a subir, indicando que o aumento da Selic, atualmente em 7,25%, deve ocorrer já na semana que vem. Antes, a expectativa era de alta só em maio. Ao término da negociação estendida na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 marcava 7,25%, de 7,21% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 apontava 7,86%, de 7,81% ontem.

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