FESTAS JUNINAS

Mão de milho 20% mais cara no Ceasa

Em média, o monte com 50 espigas sai a R$ 24

Da editoria de economia
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Publicado em 19/06/2015 às 8:43
Foto: Bobby Fabisak/Jc Imagem
Em média, o monte com 50 espigas sai a R$ 24 - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/Jc Imagem
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As comidas de milho, típicas do período junino, terão um tempero mais salgado neste ano. Em relação ao preço praticado no ano anterior, a mão de milho, que equivale a 50 espigas, aumentou cerca de 20% no Centro de Abastecimento de Pernambuco (Ceasa), na Zona Oeste do Recife.

Os preços oscilam entre R$ 20 e R$ 30, mas em alguns montes, o produto é vendido por até R$ 40, dependendo do tamanho e qualidade da espiga. De acordo com as estimativas do Gerente de Informação de Mercado Agrícola do Ceasa, Marcos Barros, o preço do produto aumentou entre 20% e 30%. “Com relação aos preços, a expectativa é de uma demanda retraída, resultado da desaceleração da economia e seus desdobramentos”, afirma. Em 2014, a mão de milho custava, em média, R$ 20. Este ano, o preço médio é R$ 24. Já a oferta do milho para o período junino deste ano foi afetada pela estiagem e irregularidade das chuvas, além da redução da área plantada. A previsão é de que essa queda gire em torno de 15%, reflexo desses fatores.

“Acho caro, principalmente porque estamos na época de consumo do milho e isso deveria fazer com que o preço caísse. Mesmo assim é o jeito comprar, por causa da tradição”, diz o comerciante Flávio César, que comprava milho ontem (18) pela manhã no Ceasa e ficou surpreso com a alta do preço. Segundo ele, a negociação é fundamental para que o consumo do produto não comprometa o orçamento. “Comprei duas mãos de milho e consegui um desconto. Era R$ 30 e consegui por R$ 27. É um desconto que já ajuda.”

No Centro, os vendedores também lamentam a baixa procura e afirmam que a alta dos preços e a baixa oferta do produto estão prejudicando as vendas. “O preço aumentou e tem pouco milho. Os clientes reclamam, pedem desconto e a gente tem que negociar pra poder vender”, conta o vendedor Silvano de Almeida. “Antes, eu vendia cerca de 500 mãos de milho nessa época. Hoje, não chega nem a 200”, relata o comerciante Veridiano Pedro, que trabalha com a venda do milho há 20 anos.

Ano passado, foram vendidas cerca de 12 milhões de espigas no Estado. Para 2015, a previsão é de que sejam comercializadas 1,8 milhão a menos. “A gente aqui está torcendo para que as coisas melhorem na próxima semana, quando o São João já estiver mais próximo”, diz o vendedor José Manoel da Silva. Segundo ele, este foi um dos anos mais difíceis para a venda do produto. “Quando não chove direito, falta espiga. A minha vem de Chã Grande, mas tem colegas que trazem até da Bahia”, conta.

 

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