Especializada em “reciclar” eletrodomésticos que possuem gases CFCs – altamente nocivos à camada de ozônio –, a Revert Brasil (empresa de um grupo pernambucano, mas que tem parque industrial em Minas Gerais) registrou um crescimento de cerca de 100% no número de peças submetidas à manufatura reversa em 2016. Para a direção da companhia, o aumento no nível de conscientização ambiental da população, aliado a mudanças na legislação e a programas de incentivo à troca de geladeiras antigas por descontos na compra de novos aparelhos justificam os resultados positivos.
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“Algumas empresas também estão tomando para si a responsabilidade de um descarte correto desses materiais, em muito incentivadas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Uma de nossas clientes, por exemplo, é a Panasonic, que nos encaminha refrigeradores que apresentaram algum tipo de falha durante a fabricação”, relata Bruno Hebert, diretor da Revert Brasil.
Além de refrigeradores, a companhia submete todos os eletrodomésticos da linha branca que contenham gases CFCs, como freezers e condicionadores de ar, à manufatura reversa. O processo tem várias fases e termina com o processamento do gás e reaproveitamento dos demais materiais que compõem a peça, como alumínio, cobre, ferro e aço. Depois de separados, os fragmentos dos metais são destinados à fabricação de novos materiais.
Segundo Herbert, com uma planta totalmente automatizada, a Revert Brasil tem capacidade para submeter mais de 400 mil eletrodomésticos à manufatura reversa por ano. Em 2016, esse número não passou de 51 mil. “É necessário que as pessoas se conscientizem que lugar de geladeira velha não é no lixo, mas os fabricantes também devem ser responsabilizados por essa coleta e o poder público tem que fiscalizar”, afirma Hebert.
COMO FAZER SUA PARTE
Mesmo ficando em Minas Gerais e tendo empresas como suas maiores clientes, a Revert Brasil é preparada para receber produtos de qualquer pessoa que queira fazer o descarte de maneira correta. A companhia possui pontos de coleta em Pernambuco, Alagoas, Piauí, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. No Recife, é possível encontrar um destes pontos na Rua Montevidéu, 316, na Boa Vista.
“Esse tipo de gás (CFC) ainda é um dos principais causadores de danos à camada de ozônio. Só para se ter uma ideia, se estivéssemos trabalhando no nosso limite, isso seria como evitar o dano causado na atmosfera por toda a frota de veículos do Recife durante cinco meses”, contou o diretor.
