O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, afirmou que é importante que empresas envolvidas em acordos de leniência possam ter uma decisão definitiva e, assim, voltarem a operar normalmente. Nesta quinta-feira, 8, foi publicada Medida Provisória que regula acordos de leniência firmados pelo Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
"Empresas que tiveram de passar por acordo de leniência possam resolver isso de forma definitiva justamente para poderem voltar para o jogo. Um exemplo é a necessidade de as empresas brasileiras da área da construção pesada virem para os processos de infraestrutura que o País terá. É justamente importante ter um tempo de resposta como acontece em outros países, de uma forma decisiva e rápida", avaliou Caffarelli, após palestrar no CIAB, congresso de tecnologia bancária, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), sem fazer menção a bancos.
Sobre o processo de venda de ativos, o presidente do BB reafirmou que a estratégia do banco é se desfazer de ativos que não são core business da instituição. Ele destacou ainda que, se houver uma oportunidade interessante, o banco pode vender sua participação na Neonergia, que anunciou hoje negócio com a Elektro.
Caffarelli disse que a nova crise política não impactou a concessão de créditos novos e que o desempenho de junho já sinaliza um segundo semestre melhor sob o ponto de vista dos desembolsos. "Com o agronegócio e melhora da confiança, poderemos ter um segundo semestre bastante significativo. Desembolsos mais em pessoas físicas, seguidas pelas jurídicas, mas já podemos afirmar que os desembolsos vêm melhorando", afirmou o executivo, acrescentando que a influência nas últimas semanas, após as delações da JBS, foi "zero".
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou nesta quinta-feira, 8, que a Medida Provisória que dará mais poder de fiscalização e punição do Banco Central (BC) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pode inibir infratores de realizar suas ações na área financeira. Questionado sobre se multas mais pesadas previstas na MP poderiam desencorajar irregularidades, ele disse: "Espera-se que sim."
Meirelles salientou que essa medida já estava em andamento dentro do governo "há muito tempo" e faz parte da "agenda normal" de trabalho.
"A MP foi editada de forma normal e, na medida em que exista essa capacidade (prevista na MP), existe a capacidade de implementar medidas e demandar o cumprimento das normas e regulamento, seja da CVM ou do BC", considerou o ministro.
Meirelles fez a avaliação na manhã desta quinta a jornalistas na sede da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris.
Novo no Twitter - o ministro estreou sua conta na quarta-feira -, ele disse que vai procurar manter-se ativo na rede social. "Vamos ver se teremos tempo para tuitar mais alguma coisa hoje", considerou.