Fraude

Polícia prende em PE suspeitos de fraudar concursos públicos no País

Em Pernambuco, foram presos dois suspeitos de envolvimento com fraude em concurso público do Piauí. Quadrilha é investigada por fraudes em 14 estados e Distrito Federal.

JC Online
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Publicado em 15/01/2018 às 11:50
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O Projeto suspende todos os prazos relativos a concursos públicos em âmbito federal enquanto a pandemia da covid-19 durar no País - FOTO: Foto: Agência Brasil
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A Polícia Civil do Piauí, em conjunto com as polícias da Paraíba, Pernambuco e Distrito Federal, deflagrou na manhã desta segunda-feira (15) a Operação Sem Barreiras, desdobramento e quarta fase da Operação Gabarito, que investiga fraudes em concursos públicos em pelo menos 14 estados do País e Distrito Federal.

Em Pernambuco foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Petrolina, onde uma pessoa foi conduzida coercitivamente para prestar depoimento, sendo liberada logo em seguida. Os mandados levaram à prisão de duas pessoas da parte de logística da quadrilha, que teriam envolvimento com a fraude do concurso penitenciário do Piauí, realizado em 2016. A operação prendeu ainda uma pessoa na Paraíba e um policial civil, que é pernambucano, no Distrito Federal.

De acordo com o delegado Lucas Sá, responsável pela Operação Gabarito, a identidade dos suspeitos presos aqui em Pernambuco não pode ser revelada para não atrapalhar o caso. Segundo Sá, eles são peças importantes para as investigações e outras pessoas no estado estão sendo investigadas pela polícia.

Funcionamento

Ainda de acordo com o delegado Lucas Sá, a quadrilha tinha acesso a um sofisticado aparato tecnológico e contava com o apoio de professores. "Eles contratam professores de cursinho e servidores públicos que passaram de forma lícita em seus cargos que tenham conhecimentos das mais diversas áreas, desde português e informática até direito", afirma.

A quadrilha funcionava com quatro níveis de envolvidos: os líderes, os professores, os responsáveis pela logística e os candidatos. Os membros da logística eram responsáveis por se inscreverem nos concursos para fotografar os cadernos de prova e repassar para o quartel general através do celular. Então, os professores respondiam as questões, levando em média vinte minutos. A partir daí eram montados os gabaritos que depois eram transmitidos através de pontos eletrônicos para os candidatos que estavam nos locais de prova.

Os três principais líderes da quadrilha na Paraíba já foram presos pela polícia. São eles Flávio Borges, que tinha 50% dos lucros; o irmão dele, Vicente Borges, que detinha 25% dos lucros, e o policial rodoviário federal Marcos Pimentel, que também tinha participação de 25% nos lucros. No entanto, é possível que haja núcleos independentes nos estados. “Acreditamos que esses núcleos tenham os seus próprios líderes. Já sabemos que existem esses núcleos nos estados de Pernambuco e Alagoas e já identificamos os líderes deles. A polícia espera que sejam presos nas próximas fases da operação”, afirma Lucas Sá.

Fraudes

Apesar de ser sediada na Paraíba, a quadrilha teve atuação na fraude de pelo menos 98 concursos em 14 estados do país e no Distrito Federal. A polícia acredita que a quadrilha atua há cerca de dez anos e já tenha lucrado pelo menos R$ 18 milhões. Segundo o delegado, cerca de 700 candidatos teriam se beneficiado do esquema criminoso.

“Já temos contas bancárias desses candidatos, além de listas de alguns concursos. Daqui para frente, o que a gente espera é que a Justiça de cada estado analise as provas e decrete novas prisões”, comenta o Lucas Sá.

As investigações da Operação Gabarito começaram em fevereiro de 2017. Segundo Lucas Sá, a polícia começou com cerca de dez nomes. No dia 7 de maio de 2017, foram presas 19 pessoas na primeira fase da operação. “Depois do retorno dos laudos periciais, chegamos à identificação de 100 pessoas envolvidas na quadrilha, dais quais 37 já foram presas ao total até agora”, alega.

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