Cenário econômico

Juros fecham em alta, em meio a cautela com pesquisas e avanço do dólar

Um dos motivos para a alta dos juros é o fortalecimento do candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad

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Publicado em 24/09/2018 às 18:03
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Um dos motivos para a alta dos juros é o fortalecimento do candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad - FOTO: Foto: AFP
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Os juros futuros fecharam a sessão regular desta segunda-feira (24) em alta moderada, pressionados pelo mau humor do cenário externo e pela cautela com as pesquisas de intenção de voto para presidente que têm mostrado fortalecimento do candidato do PT, Fernando Haddad. Como na noite desta segunda, será divulgada a pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, o mercado preferiu evitar a exposição ao risco prefixado, o se traduziu também numa sessão de volume de negócios abaixo da média. Na última hora, algumas taxas bateram máximas, acompanhando o aumento da pressão sobre o dólar, que volta a se aproximar dos R$ 4,10.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 8,44%, de 8,396% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2021 subiu de 9,616% para 9,65%. A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 11,19%, de 11,145% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,804% para 11,87%.

As taxas já abriram em alta, chegaram a zerar o avanço ainda pela manhã, mas já começaram a tarde novamente pressionadas para cima "Tivemos uma piora do mercado externo ao longo do dia, com desvalorização mais forte nas moedas do México e Chile, por exemplo, além do real", afirmou o trader de renda fixa da Quantitas Asset Matheus Gallina.

Pouco depois das 16 horas, entre as principais moedas de países emergentes, estavam em alta apenas a lira turca, o rublo e o rand.

Além de questões internas de cada país, o ambiente externo é afetado pelo pessimismo em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e a China e a entrada em vigor da nova rodada de tarifas mútuas sobre importações. Às 16h29, o dólar à vista avançava 0,80%, aos R$ 4,0827.

Pesquisas

No Brasil, o risco eleitoral mantém o investidor na defensiva e a possibilidade de a pesquisa Ibope da noite confirmar o que sondagens e trackings privados nos últimos dias vêm sinalizando, ou seja, crescimento acelerado de Fernando Haddad nas intenções de voto, fez o mercado nesta segunda corrigir parte da queda das taxas registrada na sexta-feira.

"Tem pesquisa hoje e está se confirmando a polarização entre Haddad e Bolsonaro. O lado ruim é que, neste caso, o PSDB está se mostrando um partido de esquerda e não vai ajudar Bolsonaro no segundo turno", disse o estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno.

Na Bolsa, esse movimento é potencializado pelas perdas das bolsas norte-americanas. Às 16h28, o Ibovespa caía 1,61%, aos 78 166,87 pontos.

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