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Novo sistema da Febraban oferece mais segurança em transações digitais

O sistema blockchain funciona como mais uma camada da rede de controle dos bancos para evitar fraudes

Luca Moraes
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Luca Moraes
Publicado em 12/06/2019 às 19:54
Foto: Agência Brasil
Petrolina foi a primeira cidade do Estado a criar a legislação municipal para regulamentar o serviço e também a primeira a iniciar o processo na prática - antes do Recife, por exemplo, que segue com a regulamentação travada na Justiça - FOTO: Foto: Agência Brasil
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A Febraban e a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) lançaram oficialmente nesta quarta-feira (12) a primeira rede compartilhada de blockchain do setor financeiro nacional. A iniciativa, a priori, contempla nove bancos parceiros e garante aos usuários o bloqueio de atividades bancárias em telefones cujo o Device ID seja identificado como corrompido pela rede blockchain.

Na prática, o sistema funciona como mais uma camada da rede de controle dos bancos para evitar fraudes. Um usuário que tenha o aparelho roubado, por exemplo, ao informar a sua instituição, automaticamente terá a informação compartilhada para as demais instituições parceiras, que seguindo seus parâmetros permitirão ou não o acesso daquele aparelho a serviços bancários.

A curto prazo, a CIP e a Febraban esperam conseguir junto às operadoras o acesso à base de dados dos usuários de telefonia móvel do País, para que o usuário não precise mais notificar tanto a instituição bancária quanto a operadora de algum problema com o respectivo aparelho.

"Lá atrás, para fazer a mesma coisa (rede compartilhada), o custo era muito mais alto. Nas tecnologias tradicionais, todo mundo mandava as informações num único servidor e distribuía. O blockchain resolve isso tornando mais barato, em um movimento centralizado que distribui informações para todos", conta o diretor da Febraban, Leandro Vilain.

Segundo ele, o mais importante da iniciativa é a conclusão de uma infraestrutura capaz de atender o Sistema Financeiro. Partindo da identificação do Device ID do telefone, a ideia é que o uso passe a ser escalonado a outras atividades como transações bancárias fraudulentas.

"O blockchain dá segurança porque, na hora que gera a informação, ela não é modificada na distribuição, o que garante a confiabilidade do registro de irregularidade no telefone", complementa o superintendente geral da CIP, Joaquim Kavakama.
No ambiente digital, os dados podem ser copiados, alterados e trocados. O blockchain foi criado visando justamente ser uma solução para eliminar essas características, no período de surgimento das criptomoedas.

Parceria entre bancos

Os nove bancos parceiros são Banco do Brasil, Caixa, Santander, Sicoob, Bradesco, Banrisul, JP Morgan, Original e Itaú. Para ter o Device ID cadastrado no sistema, o usuário final deve assinar uma espécie de termo de adesão com seu banco. O custo do sistema, nesse primeiro ano, embora não revelado, é arcado pela CIP. De acordo com a Câmara, com a infraestrutura pronta, é possível pensar no uso para certificação de outras modalidades. Hoje, no País, estima-se que sejam feitos 8 bilhões de transferências eletrônicas por ano e 4 bilhões de pagamentos de boletos.

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